a urgência que se
vive no Dombe.
Dombe, Margarida Lopes
O
s dias começam de diferen-
tes formas, mas sempre com
a urgência de chegar rápido
a quem precisa. Quem está de apoio à
logística fica no armazém e tem como
tarefa preparar os kits para distribuir
às famílias. Os bens angariados com o
apoio de todos os padrinhos, amigos,
conhecidos e desconhecidos, compõem
aquilo a que chamamos cesta básica de
alimentos: arroz, feijão, farinha, óleo,
açúcar e sal são essenciais. Para o kit
de higiene vai sabonete, pasta de den-
tes, sabão e lixívia. E temos ainda um
terceiro kit, para as crianças (e mães)
que estão internadas no hospital. Aqui,
para além de providenciarmos a comida
para as refeições diárias e os produtos
de higiene necessários durante o inter-
namento (dado que o hospital não os
fornece), no kit vão também peças de
roupa, fraldas de pano e mantas, para
que a estadia seja o melhor e mais con-
fortável possível.
“o rastreio de
nutrição é feito a
todas as
crianças menores
de cinco anos,
mulheres grávi-
das e lactantes”
Enquanto isso, os nutricionistas atuam
em duas frentes: na busca ativa e no
tratamento dos casos de desnutrição.
Primeiro, as visitas às comunidades são
essenciais para sinalizar os casos que
precisam da intervenção de um nutri-
cionista. O rastreio de nutrição é feito
a todas as crianças menores de cinco
anos, e também às mulheres grávidas e
lactantes. Prevenir é o lema. E por isso,
os esforços vão no sentido de detetar
casos de desnutrição moderada, que
devam ser seguidos de imediato, antes
que a situação se agrave.
Depois, entramos no tratamento e se-
guimento desses casos com o acom-
panhamento das famílias. O trabalho
divide-se entre o Centro de Saúde da
Missão, onde as crianças e as mulheres
são atendidas na consulta de nutrição
todas as semanas, onde há espaço e
tempo para ouvir e avaliar cada pessoa
com calma, onde se ensinam boas práti-