ESPECIAL EMERGÊNCIA
para nos receber e que precisava de
ajuda na área da nutrição materno-in-
fantil com caráter de urgência: Menos
de 15 dias depois de termos identifica-
do esta oportunidade de prestar apoio
a milhares de pessoas em situação de
catástrofe, tínhamos no Dombe, distrito
de Sussundenga e província de Mani-
ca (o terceiro distrito mais afetado pelo
ciclone, logo após Buzi e Beira), uma
equipa de 4 nutricionistas e 2 logísti-
cos, que acompanharam as primeiras 30
toneladas de mantimentos que fizemos
chegar à população, de Nampula (base
de operações da Helpo em Moçambi-
que), até ao Dombe.
Hoje, temos uma equipa de 3 nutricio-
nistas no Dombe (reforçados por uma
médica pediatra e uma enfermeira,
gentilmente cedidas pela organização
Health4Moz, mediante o nosso pedi-
do). Temos 2215 crianças rastreadas, 70
acompanhadas em tratamento e 23 in-
ternadas para tratamento. Temos 2852
famílias beneficiadas com kits de man-
timentos distribuídos e temos muito,
muito trabalho pela frente para conti-
nuar a lutar contra a desnutrição e mais
perdas ao nível de vidas humanas.
Em Cabo Delgado, o Kenneth atingiu o
coração da nossa intervenção de base.
Estamos a acompanhar 4 comunidades
que fazem parte do programa de apoio
que a Helpo desenvolve há 11 anos
em Moçambique e onde conhecemos
as pessoas pela cara, pelo nome, pelo
papel que desempenham nas aldeias.
Aqui, registámos 491 famílias com per-
da total ou parcial da habitação. No dia
30 de abril (2 dias após a chuva torren-
cial que concentrou num dia a pluviosi-
dade de toda uma estação das chuvas),
começámos a entregar os primeiros
kits alimentares de sobrevivência (que
correspondem a 12,5 toneladas de ar-
roz, feijão, farinha de milho, sal, açúcar,
latas de sardinha, óleo, água engarra-
fada e sabão), a estas famílias. Entre as
pessoas afetadas pela catástrofe, nestas
comunidades, há 150 mulheres grávidas
e 281 crianças até aos 2 anos de idade,
que necessitam de um cuidado espe-
cial ao nível da alimentação e saúde.
E a Helpo continuará a prestar-lhes as-
sistência (e a procurar diligentemente
meios para o fazer), com a consciência
de que ninguém escolhe o sítio onde
nasce, os ciclones não escolhem as suas
rotas, mas a população mais vulnerável
está invariavelmente e incondicional-
mente mais exposta às consequências
de uma catástrofe como estas!