MundoH46 | Page 9

 Testemunho das Irmãs das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada. Entrevistámos as Irmãs Mirian Gomes dos Santos e Maria Teresa da Costa, ambas da Congregação das Pequenas Missioná- rias de Maria Imaculada. A Irmã Mirian é enfermeira, trabalha no posto de saúde da Missão do Dombe há 7 anos. A Irmã Maria Teresa, vice-geral da Congregação, vive no Brasil, deslocou-se para a Missão do Dombe por 3 meses, na sequência do ciclone Idai. Quais foram os impactos do ciclone na saúde das pessoas? Irmã Mirian - Passados dois meses do ciclone Idai, nós podemos perceber um grande aumento no número de atendimentos de saúde da população do Dombe. Antes do ciclone, os nossos atendimentos normais eram de 60 a 80 e, nos dias mais cheios, de 100 pessoas. Hoje, diariamente, estamos atenden- do entre 250 e 300 pessoas ou mais. Logo nos primeiros dias que aconte- ceu o ciclone, as pessoas chegavam até nós com algumas escoriações, devido a terem permanecido alguns dias nas árvores e com desidratação. Hoje, os casos de infeções respiratórias e malária (a malária já existia em número muito grande), agora estão aumentando, prin- cipalmente as infeções respiratórias, porque as pessoas perderam suas casas, as roupas, os sapatos. E estão num lu- gar, que não lhes traz condições boas de saúde, estão muito próximos uns dos outros, em tendas… e tudo isso faz com que os vírus e também bactérias se proliferem de uma forma muito grande. Hoje o que nós enfrentamos aqui com a população são estes problemas. Infelizmente, neste período, neste mês, perdemos duas crianças e um adulto. Esta é a nossa situação hoje em relação à saúde, e temos também a dificuldade de que os medicamentos que o gover- no oferece não serem suficientes para a ajuda, para que possamos atender a de- manda de pacientes que estão chegan- do ao nosso ambulatório. Este é o quadro que hoje enfrentamos aqui, tendo passado 2 meses do ciclone. Em que medida a chegada da Helpo veio contribuir para o trabalho já de- senvolvido pela missão? Irmã Maria Teresa - Quando lemos Hel- po, em seguida se pode ler “o nosso mundo é humano”. É isso que não só sentimos, mas vemos e estamos expe- rimentando com a chegada da Helpo à nossa missão no Dombe. Não trouxeram somente ajuda humani- tária, mas também a presença huma- nitária, através dos seus profissionais muito qualificados, através dos seus coordenadores, que literalmente abri- ram estradas para que pudéssemos chegar àqueles mais necessitados, os que realmente perderam tudo. Algu- mas famílias perderam entes queridos, próximos, pelo que a catástrofe do ci- clone Idai veio trazer para a missão um desafio muito grande. Sem esta ajuda humanitária, podemos afirmar que seria impossível os missionários, que aqui residem, fazerem o que estão fazendo, estarem presentes como estão, sem a ajuda e sem o aporte forte que a Helpo