CAPÍTULO 3:: 35
Para aprender ainda mais, elabore e responda perguntas com base nos quadros de síntese.
E atenção: o próximo capítulo tem estreita relação com o que acabamos de ver. Perceber essas ligações é fundamental para o seu estudo. Retorne ao texto do capítulo sempre que tiver dúvidas.
Exercícios
1)( Enem / 2008) A Peste Negra dizimou boa parte da população europeia, com efeitos sobre o crescimento das cidades. O conhecimento médico da época não foi suficiente para conter a epidemia. Na cidade de Siena, Agnolo di Tura escreveu: As pessoas morriam às centenas, de dia e de noite, e todas eram jogadas em fossas cobertas com terra e, assim que essas fossas ficavam cheias, cavavam-se mais. E eu enterrei meus cinco filhos com minhas próprias mãos [...] E morreram tantos que todos achavam que era o fim do mundo. Agnolo di Tura. The Plague in Siena: An Italian Chronicle. In: William M. Bowsky. The Black Death: a turning point in history? New York: HRW, 1971( com adaptações). O testemunho de Agnolo di Tura, um sobrevivente da Peste Negra, que assolou a Europa durante parte do século XIV, sugere que:( A) o flagelo da Peste Negra foi associado ao fim dos tempos.( B) a Igreja buscou conter o medo da morte, disseminando o saber médico.( C) a impressão causada pelo número de mortos não foi tão forte, porque as vítimas eram poucas e identificáveis.( D) houve substancial queda demográfica na Europa no período anterior à Peste.( E) o drama vivido pelos sobreviventes era causado pelo fato de os cadáveres não serem enterrados.
2)( Enem / 2006) O que chamamos de corte principesca era, essencialmente, o palácio do príncipe. Os músicos eram tão indispensáveis nesses grandes palácios quanto os pasteleiros, os cozinheiros e os criados. Eles eram o que se chamava, um tanto pejorativamente, de criados de libré. A maior parte dos músicos ficava satisfeita quando tinha garantida a subsistência, como acontecia com as outras pessoas de classe média na corte; entre os que não se satisfaziam, estava o pai de Mozart. Mas ele também se curvou às circunstâncias a que não podia escapar. ELIAS, Norbert. Mozart: sociologia de um gênio. Ed. Jorge Zahar, 1995, p. 18( com adaptações). Considerando-se que a sociedade do Antigo Regime dividia-se tradicionalmente em estamentos: nobreza, clero e 3 º Estado, é correto afirmar que o autor do texto, ao fazer referência a“ classe média”, descreve a sociedade utilizando a noção posterior de classe social a fim de
( A) aproximar da nobreza cortesã a condição de classe dos músicos, que pertenciam ao 3 º Estado.
( B) destacar a consciência de classe que possuíam os músicos, ao contrário dos demais trabalhadores manuais.
( C) indicar que os músicos se encontravam na mesma situação que os demais membros do 3 º Estado.
( D) distinguir, dentro do 3 º Estado, as condições em que viviam os“ criados de libré” e os camponeses.
( E) comprovar a existência, no interior da corte, de uma luta de classes entre os trabalhadores manuais. 3)( Enem / 2010) O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo. MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2009. No século XVI, Maquiavel escreveu O príncipe, reflexão sobre a monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na:( A) inércia do julgamento de crimes polêmicos.( B) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.( C) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.( D) neutralidade diante da condenação dos servos.( E) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.
4)( Enem / 2006) Os cruzados avançavam em silêncio, encontrando por todas as partes ossadas humanas, trapos e bandeiras. No meio desse quadro sinistro, não puderam ver, sem estremecer de dor, o acampamento onde Gauthier havia deixado as mulheres e crianças. Lá os cristãos tinham sido surpreendidos pelos muçulmanos, mesmo no momento em que os sacerdotes celebravam o sacrifício da Missa. As mulheres, as crianças, os velhos, todos os que a fraqueza ou a doença conservava sob as tendas, perseguidos até os altares, tinham sido levados para a escravidão ou imolados por um inimigo cruel. A multidão dos cristãos, massacrada naquele lugar, tinha ficado sem sepultura. J. F. Michaud. História das cruzadas. São Paulo: Editora das Américas, 1956( com adaptações). Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban, do ano de 492 da Hégira, que os franj * se apossaram da Cidade Santa, após um sítio de 40 dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso, seu olhar se esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles guerreiros louros, protegidos de armaduras, que espelham pelas ruas o sabre cortante, desembainhado, degolando homens, mulheres e crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas. * franj = cruzados. Amin Maalouf. As Cruzadas vistas pelos árabes. 2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1989( com adaptações). Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos acima, que tratam das Cruzadas. I – Os textos referem-se ao mesmo assunto— as Cruzadas, ocorridas no período medieval—, mas apresentam visões distintas sobre a realidade dos conflitos religiosos desse período histórico. II – Ambos os textos narram partes de conflitos ocorridos entre cristãos e muçulmanos durante a Idade Média e revelam como a violência contra mulheres e crianças era prática comum entre adversários. III – Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais e revelam como as disputas dessa época, apesar de ter havido alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na ideia do respeito e da tolerância cultural e religiosa. É correto apenas o que se afirma em( A) I.( B) II.( C) III.( D) I e II.( E) II e III.