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sociedade democrática.

Até mesmo em peças de teatro, quem fazia o papel feminino eram homens travestidos de mulheres, e isso só ressalta a falta de espaço que a mulher tinha na sociedade ateniense. Na iconografia, quando representou a mulher livre, sempre privilegiou a mulher de elite, seja nas cenas religiosas, nas quais as mulheres têm participação bastante ativa, sobretudo nas representações das festividades, seja nas cenas de intimidade. O retrato homérico faz da tecelagem o símbolo da condição feminina, o único que as damas de corte consideram digno e expressivo de uma etiqueta aristocrática. A ideia de que tecer ou fiar são tarefas próprias de uma mulher de ascendente aristocrático continua a vigorar na tragédia como fruto de uma tradição, associada à importância que este trabalho tem ainda na sociedade clássica, já as restantes tarefas domésticas estão marcadas pela humilhação e são próprias de servas. Assim, as mulheres só entravam em contato durante a realização das atividades domésticas, em ocasiões de visitas às vizinhas, nas idas à fonte, na colheita de frutos, na produção de tecelagem, as esposas encontravam a possibilidade de dialogarem entre si, transmitindo informações e, simultaneamente, se mantendo informadas acerca dos acontecimentos e dos saberes que circulavam na sociedade.

Os gregos consideravam a mulher um ser volúvel sem capacidade de controlar seus impulsos, vulnerável aos ataques de paixão e desejo.