Minha primeira publicação Revista Dealer 79 | Page 17

automotiva: Revolução ou Evolução? Pesquisa entrevistou 1.200 pessoas entre 18 e 35, em Los Angeles, em 2018, sobre para saber o que pensam sobre o futuro do automóvel. Os resultados surpreenderam alguns analistas: Carro próprio ou compartilhado? 89% próprio Economia não compensa Para o vice-presidente sênior de relações públicas da NADA, quando colocada na ponta do lápis, não há vantagem real na utili- zação dos serviços de compartilhamento de transporte, ao menos, para o público norte-americano, para quem tempo é dinheiro. “Se considerarmos que, ao perder uma hora ao dia, aguardando pelo serviço compartilhado de transporte, uma pessoa estará perdendo 365 horas ao ano, e se dividirmos a economia gerada pela utilização desse serviço, em detrimento do investimento para manter um veí- culo próprio, chegaremos a uma economia de US$9,44 a hora. Na pesquisa que realizamos, 88% das pessoas disseram que, ao usar o serviço compartilhado, a economia valeria a pena se fosse superior a US$15,00, e 50% das pessoas falaram que as horas de espera só compensariam diante de uma economia de mais de US$50,00 a hora”, revelou Jonathan Collegio. Dizer que ter um carro não é um bom negócio, pois não o usamos 100% do tempo, é uma inverdade, na avaliação de Collegio: “Se fosse assim, ninguém compraria uma casa já que, na maioria dos casos, só a utilizamos para dormir”, conclui o executivo. Elétricos e Autônomos ainda geram polêmica Segundo Andy Koblenz, vice-presidente executivo jurídico e de relações regulatórias da NADA, a entidade também quis ouvir a opinião pública sobre a tecnologia dos carros que envolvem a sigla ACES- Autônomos, Conectados, Elétricos e Compartilhados (Auto- nomous, Connected, Electric and Shared). “Há muito investimento sendo feito em carros elétricos, como pela Tesla, Volkswagen e outras marcas, mas as vendas desses veículos não estão crescendo. Em 2018, apenas 1,2% dos carros comercializados, nos Estados Unidos, eram elétricos. Na Califórnia, onde está o Vale do Silício, 4% das vendas foram de carros com essa tecnologia”, ponderou o executivo, para quem o futuro de crescimento mais provável seja para os chamados carros híbridos. Para Koblenz, o entrave não passa apenas pelo preço ou autono- mia. “A questão é que os carros elétricos demandam uma mudança na vida das pessoas. Ainda não há como recarregar as baterias em vários locais, e há pessoas que moram em casas sem garagem, o que as impede de recarregar o veículo durante a noite. Além disso, 11% compartilhado Carro proporciona liberdade? 93% sim 7% não os consumidores não querem ter de trocar a bateria do carro a cada 100 mil quilômetros”, adverte o vice-presidente da NADA. Já sobre os carros autônomos, a expectativa da entidade é que o mercado norte-americano comece a absorver essa tecnologia daqui a uma década apenas. “A tecnologia vem avançando rápido, mas sua implantação não, pois depende de uma legislação específica para cada estado e também existe resistência por parte do consumidor, que se preocupa com a cybersegurança e com sua privacidade”, explicou o executivo. A pesquisa, realizada pela NADA, indicou, no entanto, que 53% dos entrevistados comprariam um carro autônomo sendo que, 80% o fariam por questões de segurança. “Atualmente, 34 mil pessoas morrem, ao ano, em acidentes nas estradas, e a maior incidência é de- corrente de falha do motorista. Mas, já foi provado que só ocorre um acidente a cada 90 milhões de milhas, o que demonstra que o com- putador não é melhor motorista que o homem”, defendeu Koblenz. Mudança legal e de hábitos Para os especialistas da NADA, a única forma de alterar os hábitos e decisões dos consumidores norte-americanos, sobre ter um carro próprio, será o Governo impor taxas ou limitações como quanto aos espaços para estacionamento, a proibição do tráfego em deter- minados horários ou, ainda, a imposição de cotas de vendas para determinados veículos como, por exemplo, elétricos. “Para muitos, há vantagens em ter um carro próprio e também usar um serviço compartilhado, por exemplo, para ir a uma festa. Mas essa deve ser uma decisão da pessoa e não do governo, que vem sofrendo pressões do UBER e Lyft para reduzir a propriedade de carros”, conclui Koblenz. Revista Dealer 17