Minha primeira publicação Revista Dealer 79 | Page 16
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Lutz encorajou os concessionários de auto-
móveis a continuar se adequando às mudanças,
ouvindo seus clientes e escrevendo a narrativa
sobre o futuro da indústria automotiva. “Não esta-
mos lutando com o futuro. O estamos escrevendo”,
declarou, em seu último pronunciamento como
presidente da NADA.
Falando para uma plateia de mais de 7 mil
pessoas, Lutz reforçou a magnitude do setor, men-
cionando os números que compõem essa história:
“Vocês são pessoas que acreditam? Deveriam ser,
e lhes digo o porquê. 46 mil carros são vendidos
na América, todos os dias. 235 mil são vendidos,
no mundo, todos os dias. 80 milhões de carros foi
o total comercializado, mundialmente, apenas no
ano de 2018”.
Wess Lutz, presidente da Extreme Dodge-
Chrysler-Jeep-Ram em Jackson, Michigan, liderou a
entidade durante o ano de 2018, no qual as vendas
de automóveis novos superaram, novamente, 17
milhões de unidades, enquanto alguns continuavam
a prever o fim da propriedade de veículos pessoais
nos Estados Unidos. “Quando viajei, ao redor do
mundo, em 2018, meu maior conhecimento foi o
seguinte: muitas pessoas querem escrever nossa
narrativa. Eles dizem que os concessionários estão
lutando contra o inevitável, que a mudança está
chegando, e nós não gostamos disso”, disse Lutz,
rebatendo: “A verdade é que amamos mudança”.
Para ele, “alguém precisa dizer, ao Vale do Silício
e Wall Street, o que o cliente está, realmente, pen-
sando. Bem, permita-me contar a eles”, ironizou Lutz:
“As pessoas valorizam a conveniência acima de tudo;
valorizam a liberdade acima de tudo. A capacidade
de, simplesmente, se levantar e ficar sem esperar
por alguém. Isso significa liberdade. É por isso que
as pessoas têm muito pouco interesse em abrir mão
de seus carros, apesar do que Wall Street ou o Vale
do Silício dizem”.
Na avaliação de Lutz, “Os clientes não mudarão
seu estilo de vida, por inteiro, apenas para se encaixar
na narrativa de alguém. E eles, certamente, não vão
parar de dirigir ou de possuir seus próprios veículos
apenas porque alguém, em Wall Street ou no Vale do
Silício, quer que eles o façam”, sentenciou o ex-Pre-
sidente da NADA.
Jonathan Collegio, vice-presidente
senior de relações públicas da NADA
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Revista Dealer
Disrupção na indústria
Desde o ano passado, a NADA vem realizando pesquisas para apurar
se, de fato, o futuro da propriedade de carros estará comprometido,
em detrimento ao uso compartilhado. Além disso, também as novas
tecnologias, entre veículos elétricos e autônomos, rondaram as teses
defendidas pela entidade norte-americana que, este ano, revelou
novos estudos sobre a chamada disrupção da indústria automotiva.
Segundo Jonathan Collegio, vice-presidente senior de relações
públicas da NADA, muito se fala sobre o futuro das concessionárias e
do uso ou propriedade dos veículos, “mas, o que é, de fato, verdade?”,
questionou o executivo, durante a Mesa Redonda Internacional,
realizada no dia 24 de janeiro, em São Francisco - CA.
A entidade decidiu ouvir a chamada “disrupção”, do ponto de
vista dos consumidores e, para isso, foram entrevistadas 1.200 pes-
soas, em Los Angeles, em 2018. Entre o público pesquisado, foram
incluídos os chamados millenials (jovens entre 18 e 35 anos de idade).
“Para surpresa de alguns analistas, o resultado revelou que, do
total entrevistado, 89% pretendiam manter um carro próprio ao invés
de usar, exclusivamente, os serviços de transporte compartilhado”,
afirmou Collegio.
Ao dividir os entrevistados, entre os millenials e as pessoas acima
de 35 anos de idade, ainda assim, 81% dos jovens preferem manter
carros próprios, contra apenas 19%, que se manifestaram a favor de
apenas usar serviços como UBER e Lyft.
Entre o público mais maduro, acima de 35 anos, 93% disseram
não abrir mão de ter a propriedade sobre seus carros, contra 7% que
admitiram poder usar, exclusivamente, carros compartilhados.
Para 93% dos pesquisados, a propriedade de um carro representa
liberdade e, para 7%, ter um automóvel significa “confusão”.
Também na relação custo-benefício, a propriedade sai ganhando.
Ao considerar que, cada pessoa realiza uma média de 10 viagens
de carro ao dia (nos Estados Unidos), e que, a espera média por um
UBER ou Lyft é de 6 minutos, essa pessoa estará “perdendo” 1 hora
ao dia, apenas aguardando o serviço de transporte compartilhado.
Contudo, segundo os estudos realizados, quem utilizar serviços
compartilhados estará economizando US$3.445,00 por ano, em
detrimento dos custos de ter um carro próprio (incluindo impostos,
seguro, estacionamento, etc).