Minha primeira publicação Revista Dealer 79 | Seite 11

Revista Dealer: Como iniciou no setor da distribuição de veículos? Charlie Gilchrist: Me graduei como advogado, mas, basea- dos nas minhas notas, meus professores disseram que eu poderia ser um professor de história (risos). Depois, cursei administração e contabilidade e, tempos depois, comprei minha primeira concessionária Ford, dando origem ao grupo que tenho atualmente, com 8 concessionárias que comercializam de 10 a 12 mil veículos por ano. Revista Dealer: De que forma se uniu à NADA? Charlie Gilchrist: Trabalho há cinco anos na NADA. Conheci a entidade, no Texas, e nem sabia o que era a entidade. Fiquei impressionado ao ver a paixão que as 190 pessoas, que trabalham na entidade, têm pelo que fazem para proteger o nosso negócio. Então, decidi me integrar ao time. Servir é viver! É uma honra servir aos concessionários e, ter o apoio desse time, é um conforto. Revista Dealer: O número de concessionários sofreu retração, em relação a 2018? Charlie Gilchrist: Tivemos uma redução de 50 Concessionários em 2018, mas isso é apenas um equilíbrio. Revista Dealer: Neste evento, há membros de 37 países. Qual a importância dessas delegações estrangeiras para a NADA e para o Setor da Distribuição de veículos no mundo? Charlie Gilchrist: Ter a presença da comitiva brasileira, por exemplo, nos traz muitos benefícios, principalmente, no que se refere à educação e às novas ideias. A interação dos concessionários com as novas tecnologias. Temos que me- lhorar as nossas equipes e ter novas ideias, difundidas entre os países que participam de nossos eventos, é uma honra. Estamos muito gratos pela presença do Brasil. Revista Dealer: Desde o ano passado, a convenção passou a se chamar NADA SHOW e não há mais temas. Por que houve essa mudança? Charlie Gilchrist: Por uma questão política, acreditamos que a NADA já é o maior evento do setor no mundo e este é, por si só, o grande mote. Por isso, por sermos a voz da indústria, nos Estados Unidos, não teremos mais temas em nossas convenções. Essa é a mensagem a ser passada. Revista Dealer: Como avalia o mercado em 2018 e as perspectivas para 2019? Charlie Gilchrist: Esperávamos encerrar 2018 com 16,7 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos, mas termina- mos com 17,3 milhões de unidades comercializadas. Não foi incrível, mas foi um ano muito bom. Tivemos estímulos do Governo em 2018, que reduziu os impostos, na medida em que os gastos na compra de um carro passaram a ser deduzidos no imposto de renda, e isso ajudou o setor. Ago- ra, para 2019, estamos prevendo 16,8 milhões para autos e leves e 490 mil caminhões. Essa é uma previsão saudável para a indústria. Revista Dealer: O consumidor norte-americano continua com preferência por SUVs? Charlie Gilchrist: Sim, estamos migrando de carros de menor porte para SUV - Sport Utility Vehicules. Esse negócio está crescendo com a redução de impostos. Atualmente, os carros representam 30% do nosso negócio e os SUVs e cami- nhonetes representam 70%. Antes dessa redução de impos- tos, os carros representavam 50% do mercado. Agora vemos uma tendência de crescimento permanente para SUVs. Revista Dealer: Qual a avaliação da entidade sobre os veículos elétricos? Charlie Gilchrist: Os veículos elétricos são muito caros e nosso governo apoia, com incentivos, mas projetamos um crescimento moderado, deste tipo de veículo, que deve representar cerca de apenas 6%, na venda de carros novos, nos próximos 20 a 25 anos. Atualmente, os elétricos representam 1,6% de todas as vendas. Mas, quanto mais as montadoras fabricarem veículos elétricos, mais opções terão os clientes. O grande desafio dos veículos elétricos são o preço, a autonomia (150 a 200 milhas sem ter que recarregar) e também as estações de recarga, que ainda não há nos Estados Unidos. Atualmente, há 160 mil postos de combustíveis e, para os elétricos, há 1.600 estações de recarga. Com isso, a penetração dos carros elétricos será muito mais lenta do que as montadoras acreditam. Foram vendidos 280 mil carros elétricos em 2018, o que é muito pouco, se comparados aos 17,3 milhões de unidades, no total, comercializadas no país. “Para 2019, estamos prevendo 16,8 milhões para autos e leves e 490 mil caminhões”. Revista Dealer 11