PROBLEMATICA COM RELAÇÃO AO EMBRANQUECIMENTO ou COLORISMO
Com o tempo os negros sofrem mais um tipo de violência contra seu corpo, aonde ocorre o embranquecimento da sociedade que nada mais é um processo de miscigenação, aonde os descendentes de negros ficariam mais claros, portanto tirando suas características e (re)conhecimento como negro. O racismo estrutural tem feito um trabalho de eliminação da população preta de diversas formas: pelo genocídio, pela exclusão territorial, pela fome, pelo apagamento e silenciamento, pela apropriação cultural, pelo epstemicidio, entre outros métodos ..
O branqueamento é também um dessas estratégias. Existem diversas figuras negras que foram embranquecidas pela história única racista a tal ponto que muita gente não sabe por exemplo, que Machado de Assis era um homem negro.
Acho que é um momento para uma reflexão profunda sobre a construção social da raça e suas dinâmicas, no sentido de eliminar a possibilidade da afroconveniencia como prática recorrente(vide as fraudes nas cotas raciais)e que na outra ponta também invisibilizam identidades indígenas.
Porque não, não é justo e tampouco aceitável que mais uma mulher preta, invisibilizada a vida toda por não ser aceitável para os padrões brancos, seja após a sua morte, violentada novamente pelo apagamento da sua característica fenotípica real.
Faz parte do respeito a memória de uma pessoa negra, não embranquecê-la.
Faz parte do respeito a toda população negra escravizada e violentada institucionalmente, não se colocar como agente da continuidade das políticas de branqueamento sociocultural e político praticados há mais de um século.
Eu acho que aliás, deveria ter uma lei, impedindo isso, o branqueamento premeditado de figuras negras, pra encerrar esse capítulo vergonhoso da história do racismo nacional.
Liberdade do Corpo Negro
O racismo e o sexismo andam lado a lado, mostrando que não só a cor acabou se tornando uma problemática, e sim, aonde corpos negros foram estereotipados e colocados num lugar de objetivação sexual. . .
O corpo negro é muito sexualizado, aonde o homem é (re)conhecido por ter a genital masculina de tamanho acima do “normal”, aonde o corpo do homem negro ser estereotipado como objeto, nunca citado o homem negro como pessoa para ter algo além de algo sentimental, e sim, um corpo sexualizado e desejado para fins sexuais.
Ao mesmo, podemos perceber a sexualização que é imposta ao corpo da mulher negra, aonde além de ser escravizada, também foi usada para fins sexuais dos colonizadores da época.
Portanto, hoje em dia os corpos negros ainda são denominados, marginalizados, observados, estereotipados pela sociedade, aonde negros precisam se afirmar e se colocar o tempo inteiro, para (re)existir numa sociedade que ainda trata o racismo como algo natural ou um tabu, mesmo com o reconhecimento da igualdade perante a lei.
Epistemicídio se configura “pela negação aos negros da condição de sujeitos de conhecimento, por meio da desvalorização, negação ou ocultamento das contribuições do Continente Africano e da diáspora africana ao patrimônio cultural da humanidade; pela imposição do embranquecimento cultural e pela produção do fracasso e evasão escolar. A esses processos denominamos epistemicídio”.