Mente & Corpo - 1ª Edição | Page 8

melhores coisas que já fiz na vida e não pararia isso por nada”.

Seus conteúdos são sobre aceitação e saúde mental, principalmente. No começo, foi difícil abordar esses assuntos? Tem alguns cuidados que você toma por tratar de temas mais sensíveis?

“Falar sobre aceitação e autoestima não foi tão difícil, porque eu estava passando por esse processo, então foi como um diário e, durante esse tempo, as pessoas iam chegando e se identificando com aquilo. Saúde mental é um assunto mais desafiador e precisa ter muita paciência e responsabilidade. São temas muito delicados, por isso preciso falar da melhor maneira possível para que a pessoa do outro lado entenda. Comunicação é isso: o que eu falo e o que você entende. Preciso ser muito clara para que haja esse entendimento. Não adianta falar e não se preocupar com o que vão entender. Aliás, todo meio de comunicação deveria ter uma pessoa que garantisse esse processo, porque é necessário ser muito responsável. Não dá pra saber quem está do outro lado, se aquele conteúdo pode ser gatilho pra alguém. É preciso, também, ter respaldo científico daquilo que você posta, creditar as fontes, apontar os estudos para comprovar que aquilo é real. É diferente de compartilhar uma experiência sua. Eu preciso ser ainda mais responsável quando falo sobre transtorno bipolar, porque sempre tem gente que comenta ‘ah, acho que tenho isso então’, sem ter nenhum diagnóstico, só por ter pesquisado no Google. Outro dia, eu postei alguns stories sobre os remédios que estava tomando, pra ser transparente, e recebi a mensagem de uma menina perguntando se poderia tomar também. Claro que não pode! Eu respondi a mensagem e ela disse que já estava vendo para comprar, e agradeceu por eu esclarecer que ela não poderia tomar. Logo apaguei as postagens, porque seria irresponsabilidade deixar lá depois disso. Falar sobre transtorno tem um engajamento bem menor do que autoestima e aceitação, mas eu preciso falar sobre os dois. Muita gente diagnosticada recentemente encontra o perfil e assim criamos uma comunidade, onde a pessoa se sinta parte. Conclusão: é preciso ter muita responsabilidade e vários influenciadores não têm, como aquela que eu seguia”.

Você tem um curso sobre autoestima. Poderia contar um pouco mais sobre ele?

“O ‘Meu 1º curso da autoestima’ é introdutório, por isso chama primeiro, e também porque é o primeiro curso que eu lancei (risos). Ele foi feito pra quem está mal e

Você imaginou que ajudaria tantas pessoas?

“Nunca! Às vezes a gente pensa como seria se tal coisa acontecesse, mas nunca pensei que poderia ser real. Olho pro número de pessoas alcançadas e fico pensando como consegui isso. São pessoas reais alí, que conquistei sendo eu mesma, mostrando meu processo da maneira mais transparente possível. A cada mil seguidores novos, me dá um frio na barriga, porque vou ficando mais exposta. Quando eu estou em um lugar muito público, fico imaginando se alguém alí me conhece, me segue e eu nem sei quem é a pessoa (risos). Nunca imaginei que ajudaria tanta gente, mas é muito gratificante. É uma das melhores coisas que já fiz na vida e não pararia isso por nada”.

Você já sofreu com comparações nas redes sociais? Sentiu que estava usando o Instagram de uma maneira tóxica?

“Eu

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