Quem é a Giuliana por trás do perfil?
“Eu nasci, cresci e moro em São Paulo. Gosto muito daqui, dessa correria. Eu sou o tipo de pessoa que, quando você abre uma porta, descobre que tem mais um monte delas lá dentro e são poucas as pessoas que têm esse acesso. No Instagram, mostro uma prévia de como eu sou realmente. Sempre gostei muito de ajudar os outros e de ter empatia por quem também é empático. Dizem que eu sou um pouco brava e eu concordo, sempre luto por aquilo que quero, dou um jeito de ser ouvida. A criação desse perfil foi uma maneira que eu encontrei para me ouvirem, de verem como eu sou de verdade, sabe? Eu também sou vegetariana há sete anos e foi uma das melhores decisões que já tomei."
Você já sofreu com comparações nas redes sociais? Sentiu que estava usando o Instagram de uma maneira tóxica?
“Eu já me comparava muito na vida real. Na escola, eu não tinha um grupinho fixo, era amiga de todo mundo. As minhas melhores amigas eram mais populares, então eram sempre as mais bonitas, as que alguém gostava e elogiava, as mais magras e isso nunca aconteceu comigo. Quando saía com uma amiga na rua, por exemplo, notavam apenas ela, como se eu não existisse. Mas nunca fui de ficar no canto chorando não. Se uma pessoa criticar meu shorts, vou comprar mais quinze modelos iguais pra usar. Não fico quieta! Comecei a usar o Facebook logo quando lançou, em 2010, por aí. Sempre gostei muito desse universo das redes sociais. Usava o Instagram de uma maneira muito tóxica, seguia o perfil de uma influenciadora fitness e era muito fã dela, de tudo que ela falava”.
Sempre gostei muito desse universo dasredes sociais. Usava o Instagram de uma maneira muito tóxica, seguia o perfil de uma influenciadora fitness e era muito fã dela, de tudo que ela falava”.
Como surgiu a ideia de criar o @corpodebem?
“Faço dietas restritivas desde sempre. Já fiz todas que você pode imaginar. Aí sempre perdia uns 2kg e depois engordava. Emagrecia de novo e engordava. Foi quando um ex namorado perguntou por que eu fazia essas dietas se depois engordava tudo de novo. Decidi na força do ódio que iria emagrecer pra provar que eu era capaz, mas precisava de pessoas que acreditassem no meu potencial e eu não tinha essa rede de apoio. Então, resolvi criar uma conta no Instagram, em 2013, chamada @nomoregorduras. A intenção era buscar pessoas que acreditassem nesse processo de emagrecimento. Procurei médicos, passei a tomar remédios e injeções. Consegui emagrecer 15kg pra depois de um tempo engordar 40kg. Sempre tive síndrome metabólica e, tudo que eu tinha feito para emagrecer, acabou piorando o quadro. Nada que eu fizesse era suficiente para perder peso. Conforme os anos se passaram, eu senti que aquele nome “No more gorduras” e o propósito daquele perfil já não eram mais compatíveis comigo. Até tentei tratar sobre assuntos mais leves lá, mas o nome não permitia isso. Demorei pra mudar o nome para @corpodebem, consegui apenas em 2018. Foi uma transformação interna que refletiu no Instagram. Hoje tenho um corpo de bem e quero que as pessoas também tenham, quero que elas estejam bem. Não apaguei nenhum dos posts antigos, porque eles mostram essa transformação, a minha história mesmo. O ‘No more gorduras’ não tinha o engajamento que o ‘Corpo de bem’ tem. O próprio nome já evidencia o que quero passar e a visibilidade do perfil comprova esse propósito.”
Você imaginou que ajudaria tantas pessoas?
Mente & Corpo . 07