A AUTOESTIMA NO MUNDO VIRTUAL
O uso tóxico das redes sociais é capaz de afetar emocional e fisicamente um usuário, mas há pessoas indo na contramão dessa tendência
por Thaís Aídar
Em março deste ano, o Brasil parou. Pessoas foram forçadas a ficarem em casa, sem sair, adaptando suas rotinas à uma nova realidade para tentar combater o coronavírus. Falar desse período de isolamento sem citar a internet é praticamente impossível. Foi por meio dela que continuar trabalhando e estudando, mesmo que a distância, se tornou uma opção. Ela viabilizou também os encontros daqueles que não podiam estar juntos através das chamadas de vídeos, e foi responsável, principalmente, pelo entretenimento de uma população isolada: shows em formato de live, transmissões de famosos, plataformas de séries e o consumo exacerbado de conteúdos das redes sociais.
De acordo com um mapeamento feito pela empresa de análise de mídia Comscore, o consumo de mídia mudou conforme a quarentena se intensificava. A categoria de entretenimento aumentou em 22,8% e a das redes sociais em 26,2%, passando de 34 bilhões para 43 bilhões de sessões, além do aumento do tempo médio de permanência em aplicativos como Facebook e Twitter, o qual foi de 19%.
Afinal, o que esses números querem dizer? Eles significam que o brasileiro está ainda mais conectado do que antes, com um tempo online expressivamente maior que o anterior à pandemia. Estar em casa, sem muitas opções de lazer, é um cenário perfeito para buscar refúgio no celular e passar horas vendo a vida alheia, consumindo conteúdo de influenciadores e famosos. Entretanto, esse hábito acaba sendo tóxico para o consumidor. Imagine: você está na sua casa, vivendo todo o caos, pode estar comendo mais, se sentindo triste e de repente vê diversos perfis exibindo (ainda) uma vida perfeita. A sensação de que o problema está em você e na sua vida e a comparação com aquelas pessoas faz muito mal. Além disso, esse sentimento pode, inclusive, ser gatilho para uma série de distúrbios mentais, como depressão e ansiedade.
tóxico para o consumidor. Imagine: você está na sua casa, vivendo todo o caos, pode estar comendo mais, se sentindo triste e de repente vê diversos perfis exibindo (ainda) uma vida perfeita. A sensação de que o problema está em você e na sua vida e a comparação com aquelas pessoas faz muito mal. Além disso, esse sentimento pode, inclusive, ser gatilho para uma série de distúrbios mentais, como depressão e ansiedade.
Mas sempre há uma luz no fim do túnel. Atualmente, já existem muitas páginas que remam contra essa maré de vidas idealizadas e fotos perfeitas, abordando assuntos reais. É o caso do perfil do Instagram @corpodebem. A publicitária Giuliana Cabral, 24 anos, trata sobre autoestima, aceitação e transtornos mentais, mostrando seu dia a dia e compartilhando sua história de transformação consigo mesma. Confira ao lado a entrevista exclusiva, onde ela conta suas experiências acerca desse assunto e anote as dicas para ter um uso mais saudável da internet e usar as redes sociais como aliadas e não inimigas. O bate-papo abaixo tem a finalidade de mostrar a história de vida e perfil da entrevistada, portanto, não há nenhuma regra. O que funciona para um, pode não ser o ideal para o outro. Aqui, compartilhamos histórias a fim de inspirar as pessoas a serem mais saudáveis de corpo, mente e alma.
06 . Mente & Corpo