Manifesto e Programa SOBERANO Manifesto e Programa SOBERANO | Page 22

Obviamente, não se deseja engessar a cultura. Como manifestação autêntica e viva de um povo, é importante que, em certa medida, corra vigorosa pelos campos criativos da vida e encontre, ela própria, seu caminho. O ser humano, imbuído da missão de seguir vivendo, descobre por si só o caminho da saúde e da graça, mas somente o fará se estiverem à disposição elementos em quantidade suficiente. Um ambiente em que só se respira o ácido e destrutivo vapor da ignorância, do vício e da perversão acaba intoxicando e matando mesmo a mais bem intencionada das almas. Ou seja, a todo o momento, precisa haver uma multiplicidade de opções de vida, vocabulários sociais, de opiniões e atitudes, o que só é possível quando mais pessoas se comprometem em construir boas alternativas e zelar por todas elas. Pragmaticamente, precisamos compreender o tipo de comunicação que chega aos indivíduos e em que proporção esta comunicação os afeta, para, artisticamente, pregarmos o bem. Sejamos todos termômetros da cultura e, no seio de cada grupo de que somos parte, nos tornemos todos articuladores de soluções bondosas, atraentes e profundas. Porque esse é o tipo de consciência cívica que faz nascer outro tipo de povo e, portanto, de Estado.

Também não é proposta transformar a cultura em mais uma coisa chata. Cultura é vida e, sobretudo na roupagem da manifestação artística, precisa saber entreter, agradar, atrair, juntar: ser pesado, mas também ser leve. Arte e cultura é que nos permitem transformar esta existência dura e desafiadora em algo mais eterno, bonito, profundo. Elas emprestam alegria e significado para cada momento de nossas vidas e, brasileiros, sejamos sempre alegres sabedores disso. Portanto, que, na

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