política não existem verdades , pois toda verdade é passageira .
A beleza existe , mas tem dificuldade para prosperar em um mundo que insiste em dizer que ela é apenas uma invenção . A confusão entre cânones estéticos , com os elementos simbólicos , com a beleza , está criando essa ideia utilitária da arte que lhe nega sua característica congênita : a busca do Belo . poeta Juan Ramón Jimenéz , em que ele diz que é verdade , mas foi tão mentira , que continua a ser impossível ... Mas é verdade ! 5
No seu Canto XLV , Ezra Pound , puto da vida , faz uma das mais belas críticas à usurpação da arte . Contra a natureza , a usura é culpada por levar “ prostitutas para o Eleusis ”, “ cadáveres ao banquete ”, por assassinar “ a criança no ventre ”. A usura , no fundo , corrói a arte em sua busca pela beleza , ao inserir nela o elemento do lucro material . A usura “ enferruja o cinzel / enferruja a arte e o artesão ”. A usura de Pound são também os relativistas que negam à humanidade o conceito de beleza . A função rentável da usura é a função política que muitos ensejam dar à arte !
“
grita Pound , Contra Naturam ! 4
”,
Uma função à arte ! Todos querem dar uma função prática à arte : educar , mobilizar , agregar ... Mas a merda é que , com uma função , a arte perde seu principal trunfo entre os homens , que é a de materializar a beleza . Aquela beleza universal , que não tem propósito , nem interpretação universal , que raramente se revela aos homens , mas que existe como fenômeno metafísico . No fundo , a beleza universal é como aquele verso do
4 Todos os trechos citados do Canto XLV de Pound foram tirados da tradução de Eduardo Ramos . ( Nota do editor .)
5 , Juan Ramón , lê-se no poema original : “
.” ( Nota do editor .)
Cândido Palmelo © 2016
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