Madame Eva Mme Eva quarto numero | Page 27

Por ocasião do lançamento do site da Madame Eva, os editores resolveram incluir um trecho do conteúdo virtual de Eva, a fim de familiarizar o público com o material dis- ponível online. No dábliu, dábliu, dáblio de lá, o entusiasta de Madame encontrará histórias e informações sobre os personagens envolvidos na fabricação e idealização da revista física, além das respostas às palavras cruzadas e outras tautologias mais, claro. O portal pretende ser mais uma forma de aproximar os leitores, escritores, artistas e edito- res que fazem Eva, Eva. O texto a seguir faz parte da série "história de cada número", e conta os bastidores do primeiro número da Madame Eva, Revista de Tautologias. PAPEL VIRTUAL https://revistamadameeva.wordpress.com/revistas/madame-eva-no1/ A história do primeiro número da Madame Eva se confunde com a história de Madame Eva. Resul- tou de um antigo sonho dos seus edito- res, que toda quarta-feira, aos tempos de universitários, clandestinos, na casa de um deles, faziam noites regadas a vinho, cerveja, cachaça ou o que havia de mais barato e mais alcoólico no supermercado local. Levava-se sempre um violão e um punhado de ideias, mas a bebida sempre falava mais alto. Talvez fosse a solidão de três amigos que liam mais do que deve- riam; talvez a pujança de uma expressão que teimava em não se calar; talvez uma estética nítida a seus olhos, mas ainda ve- lada ao mundo. Ninguém sabe dizer ao certo, mas o fato é que daquele tempo distante brotou a ideia de produzir. Ideia que anos depois se materializaria na pri- meira revista de tautologias do mundo. lavras de tantos autores que, como eles, há tempos, se viam órfãos de um veículo. O mais moço dos três vivia àquela altura em Salvador, passou a mão no te- lefone e intimou os outros dois, um em Brasília e o outro no Rio. Muito ainda haveria de ser acertado, mas ali nasceu o eixo central da revista: Salvador, Rio e Brasília, desde cedo apresentado assim: em ordem histórica, por respeito ao tem- po e certo desdém ao alfabeto. O primeiro texto selecionado para a Madame Eva Nº1 foi “Ao fim do Es- topim”, de Rogério Vilas Boas, uma he- rança imediata daquelas quartas-feiras em que as fundações da revista eram lan- çadas. O conto, ou relato, ou desabafo… Enfim, aquele certificado de vivência fora escrito por um conhecido da noite dos três editores, nos idos de doismilis- seis. Guardado com carinho por um deles Já neste então mais recente, finda- e unanimemente incorporado à revista, o va-se doismilidesesseis e a ideia recebeu texto trazia explícita e implicitamente os contornos mais definidos: uma publica- valores fulcrais que motivaram o início ção bimestral, capaz de movimentar a da Madame. cena literária, de forma a dar vazão às pa- 25