Madame Eva Mme Eva quarto numero | Page 22

prefeitura mandava importar a melhor banda de toda Itaúnas. Era rasta-bucho para noite inteira. Mas o festejo só tinha início depois dos deveres cívicos da cida- de. “Tudo tem sua hora Tunico, e não me importunes mais!” Dizia todo ano o pre- feito Jeribaldo Mendonça. Depois de amargar de tanta cami- nhada, deixo esta calça puída e rasgada Ao bêbado chato, Jair de Azevedo, a quem deixo a memória de meu saco azedo” – Chato!? Eu? Oxente, pensava que vocês fossem meus amigos! – protestava Mas apesar dos protestos, prosse- Jair de Azevedo guia Beltrão com a leitura do testamen- – Chato é elogio! Esse cabra é to: um porre! Todo dia, pagamos pro filho – ”Judas Iscariotes, que entregou de Ofélia, que mora na frente do bar de a Cristo e morreu por enforcamento. Tinoco, vir avisar da saideira de Jair! En- Para os lhe têm parte deixou isto: quanto ele vem descendo a rua, é um cor- sua herança, cravada neste testamento. re-corre na praça, todo mundo entrando 20