ele deu-me as costas,
virou-se e piscou.
Irônico, de costas,
piscou.
E o poeta sem versos
pôs-se a roubar Verlaine!
Riscava-me as estrofes,
tingia com seu vermelho
as páginas honestas
do meu luxurioso
caderno moleskine,
cada gota a expor
as mágoas de Sodoma.
-errar, por errar,
não hás mais de errar!
como odeio que me contem as sílabas –
os loiros nunca me trataram bem.
-volte sempre, garoto! Volte sempre!
E numa piscadela,
a mostrar quem que manda,
sim, numa piscadela,
devolveu-me os poemas.
Numa piscadela arrebentou-me,
numa piscadela.
Num breve intervalo,
fui tudo o que pude:
nu, como um filósofo,
uivei de alegria
– me-meta-meta-meta-metafísica!
Meti-lhe, meteu-me, metemos-nos!
Juan Pablo em meus braços:
sem dizer palavra,
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