MAC N.º 1 - O Guerreiro | Page 9

- MAC - O Guerreiro - 1ª Edição Literatura A Tartaruga e o Pequeno Buda O ar quente dos verões tropicais acaricia -lhe metade da pele, enquanto a outra metade flutua no compasso da, também quente, (e também) corrente (mas) de água. Depois de algumas frações de tempo a descansar o corpo e usar o cérebro pé -descalço choca com uma barreira confortável. Choques, encontros bruscos, em jeito de caricia inocentemente amorosa. - Honu! Voltaste! – Grita alguém, fazendo-a encolher-se dentro da carapaça. – Não fujas! Sou eu, Ahbbud. – Informa-a excitado, enquanto a pega ao colo. Ainda encolhida, abre meio olho para confirmar que aquela doce voz realmente estava cravejada na sua memória de longo prazo. - Ahbbud! És mesmo tu! – Diz enquanto se estica para o abraçar. Ambos deixam -se ficar na confortável bolha de felicidade e carinho até os braços ficarem cansados. Então, afastam -se e ficam a olhar-se, sorrindo com todo o corpo, em silêncio. Sem qualquer sinal perceptível, mergulham sincron izadamente nas águas tão translucida quanto Ahddud e brincam enquanto nadam entre corais e peixes. Longos minutos depois, os seus corpos implodem da água e os risos infantis preenchem o silêncio nocturno. Deitam-se sob as costas, lado -a-lado, com os lábi os ainda mais distendidos. - Imagina que ninguém te tinha dito que estes pontos eram estrelas… Já imaginaste as probabilidades que poderias ver? – Divaga Honu. - Podem ser cidades! - Ou velas suspensas. - Podem ser tantas coisas… Será que poderemos algum dia saber garantidamente o que são? Ela fecha os olhos para melhor registar a deliciosa sensação de se sentir em casa. 9