- MAC - O Guerreiro - 1ª Edição
Literatura
A Tartaruga e o Pequeno Buda
O ar quente dos verões tropicais acaricia
-lhe metade da pele,
enquanto a outra metade flutua no compasso da, também
quente, (e também) corrente (mas) de água.
Depois de algumas frações de tempo a descansar o corpo e usar
o cérebro pé -descalço choca com uma barreira confortável.
Choques, encontros bruscos, em jeito de caricia inocentemente
amorosa.
- Honu! Voltaste! – Grita alguém, fazendo-a encolher-se dentro da
carapaça. – Não fujas! Sou eu, Ahbbud.
– Informa-a excitado,
enquanto a pega ao colo.
Ainda encolhida, abre meio olho para confirmar que aquela doce
voz realmente estava cravejada na sua memória de longo prazo.
- Ahbbud! És mesmo tu! – Diz enquanto se estica para o abraçar.
Ambos deixam -se ficar na confortável bolha de felicidade e
carinho até os braços ficarem cansados. Então, afastam -se e ficam
a olhar-se, sorrindo com todo o corpo, em silêncio.
Sem qualquer sinal perceptível, mergulham sincron
izadamente
nas águas tão translucida quanto Ahddud e brincam enquanto
nadam entre corais e peixes. Longos minutos depois, os seus
corpos implodem da água e os risos infantis preenchem o silêncio
nocturno.
Deitam-se sob as costas, lado -a-lado, com os lábi os ainda mais
distendidos.
- Imagina que ninguém te tinha dito que estes pontos eram
estrelas… Já imaginaste as probabilidades que poderias ver?
–
Divaga Honu.
- Podem ser cidades!
- Ou velas suspensas.
- Podem ser tantas coisas… Será que poderemos algum dia saber
garantidamente o que são?
Ela fecha os olhos para melhor registar a deliciosa sensação de se
sentir em casa.
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