Titanic: O Navio dos Sonhos
abrir caminho no meio dos passageiros até os vagões
vazios.
“Pode deixar que eu levo, filhinha”, disse o pai
carinhoso, curvando-se para levantar a menina e colocá-
la no trem. Com Nana já dentro a salvo, John Harper
levantou as duas malas de couro marrom e colocou para
dentro do vagão.
O vagão no qual entraram tinha oito poltronas de
cada lado e uma segunda porta nos fundos. A porta
estava trancada, porque dava direto para os trilhos. Com
muito cuidado, o pai de Nana colocou as duas malas na
prateleira acima dos assentos e em seguida acomodou a
menina na poltrona. Nana havia escolhido um lugar bem
ao lado da porta. Dali podia espiar pela janela e observar a
massa humana que se movia agitadamente na estação. A
menina ficou boquiaberta quando um carregador chegou,
acompanhando uma senhora com um maravilhoso vestido
de veludo verde, até o compartimento onde estavam.
“Mas eu só viajo de primeira classe”, a mulher protestou
para o carregador de rosto avermelhado, enquanto ele
levantava sua mala e colocava para dentro, perto dos pés
de Nana.
“Desculpa, minha senhora”, ele respondeu, “mas trem
com primeira classe só daqui a duas horas. Se a senhora
quiser, pode esperar, senão tem que ir neste mesmo, com
os passageiros da segunda e da terceira classe. Ele vai
para o mesmo lugar que o trem da primeira classe: para
Southampton, encontrar o novo navio, Titanic.”
“Ninguém me disse que havia dois trens partindo
hoje”, a mulher continuou seu protesto, “mas com certeza
eu não vou esperar nem um minuto a mais nesta estação
imunda. Isto aqui é uma desgraça.”
A mulher arrogante subiu no vagão onde a pequena
Nana e seu pai estavam sentados e depois se voltou mais
6