John Harper
uma vez para o carregador e disse: “Quando chegar ao
Titanic, tenho certeza de que não precisarei esperar para
viajar de primeira classe!” Ainda falando, a senhora
tentou levantar sua bagagem para colocar na prateleira
que ficava na frente da poltrona de Nana.
“Por favor, deixe-me ajudá-la”, disse John Harper
gentilmente, levantando-se para pegar a valise de sua
mão e erguendo-a até a prateleira. “Eles penduram estas
prateleiras alto demais”, comentou.
“Muito obrigada”, a mulher agradeceu, amaciando um
pouco a voz em relação ao tom ríspido que havia usado
com o carregador da estação.
“O prazer é todo meu”, disse o pai de Nana, voltando
para sua poltrona.
A mulher continuou de pé endireitando a roupa antes
de sentar-se na poltrona oposta a de Nana.
“Não pude deixar de ouvir que a senhora está indo
para Nova Iorque no Titanic”, John Harper falou logo.
“Também temos reserva naquele navio, mas estamos indo
para Chicago”, continuou, animado.
“Estou voltando para nossa casa nos Estados Unidos”,
a passageira respondeu. “Meu marido é banqueiro aqui
em Londres, mas temos um apartamento enorme em
Nova Iorque. Eu sempre viajo de primeira classe, mas
não sabia que havia dois trens para Southampton hoje,
porque se soubesse teria chegado mais tarde”, continuou
dizendo com um ar indignado.
“Como é a cidade de Nova Iorque?” interrogou Nana,
enquanto seus olhos ainda admiravam o vestido de
veludo e brocado que a mulher rica usava.
“Ah, é ma-ra-vi-lho-sa”, replicou, colocando bastante
ênfase na palavra maravilhosa. “Na verdade, acho que é o
lugar mais incrível da face da terra!” continuou, começando
a perder a postura altiva à medida que sorria para Nana
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