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Samuel: Profeta e Ungidor de Reis
continuou orando, e orou - pode ser visto algo do caráter de
intercessão e comunhão com Deus. Oração prevalecente e
eficaz é o resultado da realidade e do fardo. Sua "amargura
de alma" (verso 10) e lágrimas, e sua dor profunda (verso
16) só poderiam encontrar expressão a sós com Deus, no
santuário. Em contraste, as nossas orações são tão superficiais
e lhes faltam um fardo genuíno. Como resultado, nós não
conhecemos o poder da oração nem as respostas que Ana
recebeu.
O Novo Testamento nos ensina que, para a oração ser
significativa e eficaz, precisamos ser marcados pela fé, pelo
fervor, liberdade da corrupção e um espírito de perdão.
A amargura de Ana não era por causa de Penina, mas por
seu pesar pela nação e por sua própria esterilidade. Ela foi
marcada pela fé (verso 18) e pelo fervor (verso 12, 15). Suas
mãos estavam limpas (Salmos 24:4; 26:6), e ela podia aparecer
no santuário, de acordo com seu caráter santo, e aproximar-se
de um Deus santo.
A repreensão de Eli
Somos apresentados a Eli no versículo 3, sem qualquer
comentário sobre a sua condição espiritual. Chegando ao
versículo 9, ele é encontrado sentado em uma cadeira, junto
a um pilar do tabernáculo. Quando Ana se aproximou em
oração, os olhos do velho sacerdote analisaram
ela. Tão
grande era a sua emoção que ele supôs que ela estava bêbada.
O homem que, mais tarde, mostra-se fraco ao repreender seus
próprios filhos, foi rápido em repreender Ana.
Há algo sobre Eli em suas relações posteriores com Samuel que
sugere que, outrora, ele havia sido um homem que possuía
alguma profundidade espiritual. Mas o tempo e a vida familiar
haviam enterrado o homem que ele foi uma vez. Agora, com
discernimento tão pobre ao ponto de repreender uma mulher
devota e, mais tarde, não compreendendo o chamado de Deus
para um jovem rapaz, ele é apenas a casca do homem que fora
uma vez. Uma figura trágica, reduzida ao nível de um mal
juiz, ele representa um testemunho e um lembrete grave do