Capítulo 2
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fim de um caminho de fraqueza e acomodação contínuas.
A repreensão de Eli nos lembra de uma tendência humana.
Quando Paulo escreveu aos coríntios, ele teve de admoestá-
los por julgarem-no (I Coríntios 4); mas enquanto eles estavam
julgando Paulo, falharam em julgar o pecado no meio deles
(capítulo 5) ou em julgar e mediar a dificuldade entre dois
irmãos (capítulo 6). Eles estavam julgando aquilo que não
deveriam julgar e falhando em julgar o que deveria ter sido
julgado.
Às vezes, na nossa incapacidade de lidar com um problema,
exageramos ao lidar com o outro, para acalmar nossa
consciência devido à nossa inércia. Talvez Eli, ao falhar
em julgar seus próprios filhos, sentia algum alívio em sua
consciência ao julgar a suposta embriaguez de uma mulher
no recinto do tabernáculo.
A resposta de Ana
Talvez não haja nada mais difícil de suportar do que críticas
injustas. Quando a crítica vem ao fazer a obra do Senhor ou
em exercícios espirituais, torna-se uma provação ainda maior.
Mas quando surge daqueles em posição de autoridade,
que supostamente são espirituais, pode haver uma grande
tentação de auto-defesa.
A resposta de Ana é apropriada e espiritual: "Não, senhor
meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho
nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a
minha alma perante o SENHOR. Não tenhas, pois, a tua serva
por filha de Belial; porque da multidão dos meus cuidados e
do meu desgosto tenho falado até agora" (1:15, 16). Nenhuma
palavra de repreensão, nem sombra de raiva ou indício de
amargura marcaram suas palavras. Ela fala com ele como
alguém digno de respeito, quando ela se dirige a ele como
"meu senhor". Ela explica, mas não discute suas circunstâncias
e seu fardo. E ela tomou o lugar de uma "serva" humilde do
Senhor. A mãe de Davi também é mencionada como uma serva
(Salmos 86:16), e Maria se chamou serva do Senhor também