Livros Permanecendo fiel à fé | Page 23

Introdução um Cristianismo apostólico maduro, se ainda está sobrecarregado pelos resultados desses descuidos de séculos passados, ou, se mesmo agora, pela primeira vez, se vê tentado a comprometer sua essência tão inflexivelmente defendida pelos apóstolos. Porém, Atos tem mais para nos ensinar ao longo dessa linha na Seção Cinco (16:6-19:20). Em Filipos (16:16-18), Lucas registra como o caminho da salvação corria o risco de ser confundido com espiritismo, na mente do povo, e como Paulo insistiu na diferença entre os dois e acabou na prisão por causa disso. Então, voltando à questão da possessão demoníaca em 19:13-19, Lucas conta como, em Éfeso, o próprio mundo espiritual deu poderosa evidência da diferença entre Jesus e Paulo por um lado, e um aspirante a exorcista judeu, pelo outro. Em 17:7-9, Lucas conta como certos judeus tentaram fingir, diante dos governantes de Tessalônica, que o evangelho pregado por Paulo era, de fato, uma mensagem política, subversiva ao governo romano. O registro de Lucas sobre as pregações de Paulo naquele lugar naturalmente mostra, muito claramente, a diferença entre o Cristianismo e qualquer forma de política. Então, novamente, o discurso de Paulo perante o Areópago em Atenas (17:16-34) nos mostra a diferença essencial entre o evangelho cristão e ambas religião pagã e filosofia grega. E, finalmente, Lucas até acha importante relatar um incidente em Éfeso (19:1-7), que demonstrava as diferenças na experiência espiritual entre os discípulos de João Batista e os crentes maduros no Senhor Jesus Cristo. Não precisamos parar agora para examinar quais eram todas essas diferenças. O ponto é que, ao registrar os incidentes que expõem tais diferenças, Lucas não está mostrando apenas a pregação do evangelho pelos apóstolos: ele, mais uma vez, nos convida a assistir ao Cristianismo definir-se sozinho por meio desses contrastes vigorosos entre si e o espiritismo, a política, a religião e a filosofia pagãos. O mesmo acontece na última e mais longa seção do livro (19:21- 28:31). Essa seção é, em alguns aspectos, muito diferente das cinco primeiras, uma vez que, nela, Paulo não se engaja tanto na pregação do evangelho como na defesa pública dele, muitas vezes, nos tribunais. Ele é constantemente obrigado a assinalar não o que o evangelho é, mas o que ele não é. Mas, para o nosso presente propósito, isso tem o mesmo efeito. O registro de Lucas prossegue para tornar claro que Paulo e o evangelho não são o que as pessoas ignorantemente imaginavam que fossem, ou o que as pessoas maliciosamente deturparam como sendo; 23