Livros Permanecendo fiel à fé | Page 13

Introdução em sua ignorância do grande mundo exterior, que o Cristianismo é a única forma de salvação. Porém, mais uma vez, o argumento apoia-se numa falácia. Elas estão pensando, talvez, na realidade da Idade das Trevas ou do período medieval. Mas, no primeiro século, um cristão grego ou romano padrão, por meio da experiência pessoal ou do contato diário, sabia infinitamente mais sobre outras religiões do que um cristão padrão (em nosso mundo ocidental moderno) sabe mesmo agora. Deixemos que a vívida descrição de Lucas sobre Atenas, como seus infindáveis altares para intermináveis deuses e deusas, nos lembre de que o mundo no qual o Cristianismo nasceu estava densamente povoado de religiões e filosofias de todos os tipos. Havia a religião clássica dos deuses olímpicos, em suas versões grega e romana, com seus lindos templos e cerimônias oficiais. Havia as religiões misteriosas que propunham levar seus devotos à união com deus e arrebatá-los com maravilhosas experiências de êxtase (1 Coríntios 12:2). Correntes, ao menos em forma popular, eram os mitos sobre a transmigração de almas, o purgatório e a reincarnação, que vieram do hinduísmo para a religião e filosofia gregas por meio dos pitagóricos e de Platão. Havia religiões ascéticas muito estritas (Colossenses 2:20-23) e outras religiões permissivas que sancionaram fornicação e homossexualidade como formas aceitáveis de comportamento (2 Pedro 2; Judas 7-8). Havia religiões do tipo filosófico calmo (Colossenses 2:8) e outras em que o fanatismo poderia facilmente transbordar, transformando- se em perseguição, tumulto e homicídio (Atos 9:1-2; 19:21-40). Havia religiões que acreditavam em Cristo como o Grande Espírito Mundial, mas negavam que Jesus fosse o Cristo (1 João 2:18-22; 4:2-3). Além disso, em muitas cidades do mundo antigo, como Atos em toda a parte nos faz lembrar, havia sinagogas da fé judaica já estabelecidas, frequentemente com diversos adeptos gentílicos. E, no meio desse caos de religiões, o Cristianismo naturalmente não fora, pelos dois primeiros mil anos de sua existência, a religião oficial de uma cultura monolítica, mas uma minoria pequena, esforçada e frequentemente perseguida em um império gigantesco e cosmopolita. Então, não era porque os cristãos não sabiam muito sobre outras religiões que eles pregavam Jesus Cristo como o único Salvador do mundo, mas, sim, porque todos eles sabiam demais sobre elas. Eles sabiam que nenhuma delas oferecia verdadeira limpeza de consciência, genuína paz com Deus, segurança da salvação e sólida 13