Livros Em defesa de Deus | Page 21

Introdução 21 resolver o problema de proporcionar uma fonte alternativa para a moralidade, sobretudo porque o seu principal ataque à religião é por ser não somente errada em nível intelectual, mas também moralmente errada. Podemos, portanto, expressar os principais elementos da agenda dos novos ateus da seguinte maneira: 1. A religião é um delírio perigoso: ela conduz à violência e à guerra. 2. Devemos, portanto, livrar-nos da religião: a ciência vai conseguir fazer isso. 3. Não precisamos de Deus para ser bons: o ateísmo pode fornecer uma base perfeitamente adequada para a ética. ALGUMAS DEFINIÇÕES Precisamos, em primeiro lugar, esclarecer algo sobre o significado dos termos “ateísmo” e “religião”. De acordo com o Dicionário de Inglês Oxford (OED), o ateísmo (de ateu + -ismo) é “descrença em ou negação da existência de Deus”. O OED cita Shaftesbury (1709): “não acreditar em nenhum Princípio concepção ou Mente, nem qualquer Causa, Medidas ou Regra das coisas, exceto no Acaso... isso é ser um perfeito ateu”. Dawkins (citando Steven Weinberg) define o seu conceito de Deus: “Para que a palavra Deus não se torne completamente inútil, ela deve ser usada do modo como as pessoas normalmente a entendem: para denotar um criador sobrenatural ‘adequado à nossa adoração’.” 49 A aversão declarada de Dawkins, portanto, é dirigida apenas ao que ele chama de “deuses sobrenaturais”. Eles são os deuses delirantes e serão distinguidos do Deus de alguns (iluminados — de acordo com Dawkins) cientistas e filósofos, para os quais o termo “Deus” se tornou um sinônimo das leis da natureza, ou de algum tipo de inteligência natural cósmica que, embora seja superior à inteligência humana, em última análise, evoluiu da matéria primitiva do universo, como qualquer outra inteligência inferior. Assim, o alvo dos novos ateus é o Deus sobrenatural da Bíblia, o qual é o Criador e Sustentador do universo. Uso o termo “alvo”, a fim de chamar a atenção para o fato de que os novos ateus não são apenas ateus. Eles talvez sejam melhor descritos como antiteístas, para contrastá-los com o tipo de ateu que, embora ele mesmo não acredite em Deus, sente-se feliz ao ver que outros acreditam em Deus, contanto que eles não o incomodem.