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Em Defesa de Deus
análise passiva, por mais importante que isso seja. É o produto de um
engajamento público com os novos ateus e suas ideias. Ingressei na
arena pública a fim de unir minha voz à dos que estão convencidos de
que o Novo Ateísmo não é a posição padrão automática para todas as
pessoas pensantes que têm a ciência em alta conta. Assim como eu,
há muitos cientistas e outros que pensam que o Novo Ateísmo é um
sistema de crenças, que, ironicamente, provê um exemplo clássico da
fé cega que tão vocalmente se despreza em outros. Gostaria de fazer
minha própria humilde contribuição para despertar a sensibilidade
do público para esse fato.
No entanto, tenho uma razão adicional para escrever. O debate tem
dado destaque principalmente aos argumentos dos ateus e às reações
em relação a eles, o que significa que a apresentação positiva da
alternativa tende a ser insuficiente. Talvez seja por esse motivo que os
novos ateus cantam incessantemente o famoso mantra de Bertrand
Russell, o qual afirma que não há evidência suficiente. À luz disso,
proponho, neste livro, não somente responder às objeções ateístas
ao cristianismo, mas também apresentar evidências detalhadas para
a verdade do cristianismo.
Gostaria de expressar os meus agradecimentos a muitas pessoas
que, ao longo dos anos, estimularam o meu pensamento sobre
essas questões, incluindo os representantes da visão do mundo
ateu com os quais me encontrei, tanto em debate público, quanto
em conversações privadas. Também estou muito grato ao meu
assistente de pesquisa, Simon Wenham e à Barbara Hamilton, por
sua inestimável ajuda com a produção do texto digitado.
O ATAQUE DA BRIGADA BRILHANTE
Os novos ateus consideram a si mesmos como a distinta e digna
prole do Iluminismo e, em uma tentativa de livrar-se da imagem
negativa que eles sentem que o ateísmo tem tido até o presente,
eles resolveram de comum acordo, denominar-se “os brilhantes”.
Christopher Hitchens merece crédito por se opor a tal “proposta
presunçosa e embaraçosa”. 29 Basta imaginar qual teria sido a
reação se os cristãos tivessem atuado de maneira igualmente tola e
condescendente ao chamar a si mesmos de “os inteligentes”.
Sem dúvida, aqueles de nós que não concordarem com os brilhantes,
serão de imediato, apelidados de “os tolos”, “os chatos”, ou talvez
até mesmo de “os obscuros”. Entretanto, Dennett diz que esse não é