Livros Em defesa de Deus | страница 15

Introdução 15 necessariamente o caso e que aqueles que acreditam no sobrenatural deveriam chamar a si mesmos de “Supers”. 30 “Superbrilhantes”, portanto viria a ser um paradoxo. A objeção de Hitchens a essa porção de arrogância insípida tem sido ignorada, e os brilhantes já plantaram sua bandeira no ciberespaço mediante a criação de um site multilíngue que leva esse nome “The Brights”. Nele encontramos a seguinte explicação do termo: “Um brilhante é uma pessoa que tem uma visão naturalista do mundo. A visão que um brilhante tem do mundo é livre de elementos sobrenaturais e místicos. A ética e as ações de um brilhante são baseadas em uma visão naturalista do mundo”. Como filhos do Iluminismo, os brilhantes veem a si mesmos como luminares de uma nova era de entendimento racional, dissipando as trevas da superstição religiosa e do erro. Michel Onfray apresenta uma memória bastante limitada ao explicar os seus objetivos desta maneira: “Precisamos de um retorno ao espírito da Luz do Iluminismo que deu o seu nome ao século XVIII”; como se não tivessem existido discussões intelectuais de alta importância antes do século XVIII, e, como Alasdair MacIntyre destaca, 31 como se o projeto do Iluminismo não fosse um fracasso em demonstrar sua capacidade de fornecer uma base para a moralidade. Como se o Iluminismo tivesse nos conduzido por uma trajetória ascendente, da barbárie à paz, em vez de ter introduzido uma revolução violenta após outra, até que alcançássemos as profundezas da maldade humana, no século mais sangrento já vivido até o momento: o século XX. 32 Em seu ataque precipitado, a Brigada dos Brilhantes não parece estar disposta a fazer uma pausa e considerar tais coisas. No entanto, devemos fazer isso — e vamos fazê-lo. O QUE HÁ DE NOVO SOBRE OS NOVOS ATEUS? Os novos ateus já existem, há algum tempo; então, nesse sentido banal, eles já não são uma novidade. Além disso, os seus argumentos em nível intelectual nunca foram realmente novos. No entanto, a novidade referente a eles é o seu tom e a sua ênfase. Os novos ateus são muito mais expressivos e estridentes do que seus predecessores. Eles também são mais agressivos. Essa mudança no tom se concentra no fato de que eles já não se contentam simplesmente em negar a existência de Deus. Christopher Hitchens, por exemplo, diz: “Não sou nem sequer tão ateu quanto sou antiteísta; não só estou convencido