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Em Defesa de Deus
implícito que o ateísmo é a fonte de alegria que vai dispensar esse
Deus sombrio e aliviar todas as preocupações da vida.
O matemático, David Berlinski, surge com uma revisão da realidade:
A tese de que, caso não haja Deus, os incrédulos podem
contemplar muitos prazeres novos, nos induz a fazer uma
pergunta óbvia. Será que os ateus, pelo menos, pararam de se
preocupar e começaram a desfrutar de sua vida? É certo que,
durante os últimos anos, não temos observado amplamente
que os ateus proeminentes tenham perturbado sua consciência
devido à ansiedade. A menos que entrassem em um estado
de coma, é difícil imaginar como Richard Dawkins, Sam Harris,
Daniel Dennett ou Christopher Hitchens poderiam ter deixado
de se preocupar mais do que já tinham feito, e mais difícil ainda
é atribuir o crédito por seu entusiasmo ao ateísmo.
Berlinski continua:
No entanto, aqueles que consideram o ateísmo como um
novo compromisso doutrinário, não vão encontrar plausível
o alívio da ansiedade que ele dizia proporcionar. Se a grande
preocupação ocasionada pelo ateísmo é a indignação de Deus,
então, dada a forma tão experimental em que Sua inexistência
tem sido afirmada, poderia parecer que os ateus têm dado
prematuramente um fim às suas preocupações. Quaisquer
que sejam seus outros benefícios, o ateísmo geralmente não
é considerado como uma posição calculada para amenizar os
piores temores da humanidade; e, como o trabalho dos ateus
proeminentes indica, aqueles que deixaram de se preocupar
fizeram isso unicamente porque deixaram de pensar. 13
Um desses ateus proeminentes, Jean-Paul Sartre, disse: “O ateísmo
é um negócio cruel e de longo prazo”. Portanto, não seria a
preocupação uma parte integrante da rejeição de Deus, em lugar de
uma consequência da crença nele? Então, não seria sábio perguntar
exatamente para onde o ônibus ateu se dirige, antes de embarcar
nele? A propaganda na lateral de um ônibus pode impedir que alguém
perceba qual é o destino dele.
Mas a campanha com os cartazes dos ateus não terminou aí. Em 2009,
Richard Dawkins e a Associação Humanista Britânica mandaram
imprimir cartazes que retratavam duas crianças de aspecto muito
feliz; os pôsteres traziam impressa a seguinte legenda: “Por favor,