Livros Em defesa de Deus | Page 9

Introdução 9 desestimulante: “Deus provavelmente não existe, então pare de se preocupar e aproveite a sua vida”. Excetuando a publicidade de uma marca de cerveja bem conhecida, é provável que haja muito poucos anúncios que contenham a palavra “provavelmente”. Afinal, quem poderia sentir-se atraído por anúncios como: “Este medicamento provavelmente não produzirá efeitos colaterais graves...; este banco provavelmente não quebrará...; este avião provavelmente o levará ao seu destino”? Além disso, Richard Dawkins estava preparado para meter a mão em seu próprio bolso para ajudar a financiar a campanha. Não querendo ficar para trás, os ateus alemães, depois de fracassarem em obter a permissão das autoridades locais para montar uma campanha semelhante em ônibus públicos, resolveram alugar um deles para levar a mensagem. Em grande estilo teutônico, o ônibus anunciava cuidadosamente: “Não existe (aliando a probabilidade à segurança) Deus. Uma vida plena não precisa de fé”. Enquanto percorria a Alemanha, o ônibus foi ofuscado por outro veículo similar, que, dessa vez, havia sido contratado por cristãos. O ônibus cristão, de maneira muito mais modesta, simplesmente fazia uma pergunta: “E se Deus realmente existir?” Os meios de comunicação estavam encantados com a visão de ambos os ônibus estacionados lado a lado, em uma cidade após outra. Qual foi o efeito final disso? Deus estava firmemente na agenda. Agora, imagino que a palavra “provavelmente” pode muito bem ter sido inclusa por razões legais, para evitar processos envolvendo a legislação referente à linguagem comercial. Os ateus perceberam, é claro, que eles não poderiam acumular provas suficientes para convencer um tribunal de que a probabilidade da existência de Deus fosse nula; e, se não fosse nula, então a existência de Deus é possível. Quando consideramos isso, há a priori a probabilidade de que a existência de Richard Dawkins seja muito escassa. Sua existência, como a do resto de nós, é improvável. Apesar disso, veja só, Richard Dawkins, você e eu somos todos reais. A mensagem no ônibus não vem ao caso. A verdadeira questão não é: “Qual é a probabilidade de que Deus exista?” Mas, sim, “Há evidências de que Deus é real?” Se ainda não embarcamos no ônibus ateu, bem poderíamos sentir- nos movidos a perguntar: que tipo de Deus é esse cuja existência é considerada improvável? O slogan nos informa orgulhosamente que é um Deus cuja existência está associada (pelo menos na mente dos ateus) com a preocupação e a falta de diversão. Sem dúvida, está