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CONCEITOS-CHAVE DA BÍBLIA
Portanto, longe de ter de viver sua vida se
questionando se irá ou não ser aceita por Deus após
sua morte, uma pessoa justificada pode viver sua vida
com a alegre certeza de que ela já foi aceita por Deus.
E o termo “reconciliação”, que nós também iremos
examinar, irá enfatizar isso. O que Cristo fez tem o
efeito de uma completa reconciliação entre Deus e o
homem, para que aqui e agora – nessa vida – possamos
ser levados à paz e à comunhão com Deus.
Isso nos coloca, aqui e agora, em posse e gozo
da vida eterna, posto que, ao contrário do que diz a
crença popular, vida eterna não é uma vida em que as
pessoas entram apenas após a morte. É uma vida em
que nós podemos entrar e desfrutar aqui nesse mundo;
e devemos entrar nela agora ou jamais entraremos nela
no mundo que está por vir.
Mas muitas pessoas, quando ouvem pela
primeira vez alguém explicar a doutrina da salvação
presente no Novo Testamento dessa forma, sentem
que essa explicação está obviamente errada, senão
absurdamente distorcida. Em primeiro lugar – eles
dizem – se a salvação não é uma recompensa para
as boas obras, mas simplesmente um presente dado
às pessoas independentemente de terem elas feito
coisas boas ou más, e sim apenas por terem crido, toda
tentativa honesta de autoaperfeiçoamento acaba por
ser minada. Na verdade – eles argumentam – se uma
pessoa pudesse ter certeza absoluta de que já está salva
por fé e não por obras, isso significaria que ela poderia
viver o resto de sua vida de um modo moralmente
irresponsável e ainda assim ser salva no final, o que
moralmente não faz qualquer sentido.
É evidente que essas objeções têm alguma força