INTRODUÇÃO
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superficial, mas elas se fundamentam em um equívoco
que é dissipado assim que abrimos o Novo Testamento
e examinamos o que ele realmente diz. Não há nenhum
livro em todo o mundo que insista na santidade mais
do que o Novo Testamento. Nosso estudo sobre
“santidade” irá, portanto, destinar-se a descobrir o que
o Novo Testamento quer dizer quando recorre a esse
termo; o que é considerada a única motivação aceitável
para a santidade (que é também um dos motivos pelo
qual se sustenta que a salvação deve ser um dom e não
uma recompensa pela santidade); e quais poderes são
oferecidos para as pessoas a fim de que uma vida de
bondade genuína se torne uma possibilidade real.
Esse poder, afirma o Novo Testamento, está
disponível com duas condições, das quais a primeira é
o “arrependimento”. O significado desse termo pode
parecer óbvio. Nós iremos descobrir, porém, que, no
Novo Testamento, esse termo possui um significado
infinitamente mais radical do que ele possui no dia a
dia.
A segunda condição é a fé. Mas esse, segundo o
pensamento de muitas pessoas, é o ponto fatalmente
fraco do cristianismo. “A religião” – eles dizem –
“depende totalmente da fé, enquanto a ciência lida
com fatos. A ciência, portanto, tem uma base sólida.
Ela pode ser colocada à prova. Mas o cristianismo não
pode ser provado e, por isso, não tem nenhuma base
digna de crédito”.
O que essas pessoas esquecem é que a própria
ciência depende grandemente da fé e que muitas
das teorias e interpretações do universo correntes
estão fundamentadas não em fatos comprovados,
mas em pressuposições filosóficas dos cientistas. Elas