INTRODUÇÃO
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Bíblia quer dizer quando fala da santidade do único
e verdadeiro Deus. Mesmo um ateísta pode achar
instrutivo comparar seu caráter e suas qualidades com
aquelas das deidades substitutas.
É claro que tão logo tenhamos admitido a
possibilidade de que nós – seres humanos – fomos
criados por um Deus pessoal e santo, a questão do
pecado (que é nosso segundo termo técnico) irá surgir
na discussão. Pois bem, toda pessoa mentalmente
saudável é contrária ao crime e tem a forte convicção
de que devemos lidar com ele de forma justa e firme,
daí os presídios e as instituições psiquiátricas. Mas os
criminosos não são mais do que uma pequena parcela
da população total. Muito mais significativo é o fato
de que qualquer indivíduo é, em um grau menor
ou maior e em um momento ou outro, moralmente
falho. Não há uma única pessoa em toda a face da
Terra que seja moralmente perfeita. Criminosos
certamente causam muitos problemas e sofrimentos,
mas o indivíduo médio sofre muito mais com o
egoísmo, com o mau humor e com a falta de razão
que tornam até a convivência com o seu melhor amigo
difícil e complicada; com a infidelidade, a maldade, a
crueldade mental e a violência física que desmantelam
uma família, levam ao divórcio e traumatizam as
crianças. E é uma lição clara da história que, em muitos
países e ao longo dos séculos, o povo sofreu muito
mais em razão das falsas promessas dos políticos, das
falsas filosofias e da opressão das classes governantes
do que em razão dos atos dos criminosos que esses
governantes jogaram na prisão.
Como foi, então, que todos nós – sem nenhuma
exceção – somos moralmente falhos e limitados?