Introdução
sequência lógica à Sua morte.
Os escritores dos evangelhos nunca procuram elogiar Jesus ou
destacar Suas virtudes. Eles não estão tentando criar uma atmosfera
que conduza à fé. Eles parecem não se importar se acreditamos
ou não (com exceção de João), pois eles corajosamente declaram
fatos que aparentemente teria sido melhor se fossem omitidos, se
eles estivessem escrevendo com o objetivo de convencer o leitor.
Eles estão escrevendo sobre uma vida perfeitamente natural,
entretanto evidente e naturalmente perfeita.
Quando lemos o relato da ressurreição de nosso Senhor dentre
os mortos, sentimos que Sua veracidade provada em outros
aspectos é mais uma vez demonstrada no cumprimento de Suas
próprias predições de que Ele ressuscitaria. Da mesma forma que
o nascimento virginal está no início dessa vida perfeita na terra
como causa, assim também a ressurreição está no fim da vida
como consequência natural da vida entregue à morte. Não era
certo que o grão de trigo, morrendo, ficasse só (João 12:24).
Também não é nosso propósito tentar harmonizar os relatos
da Sua ressurreição nos quatro evangelhos. Neles outros veem
contradições humanas, mas nós vemos apenas a evidência de
seleção e superintendência do Espírito divino. Cada escritor
destaca apenas o que é relevante para o seu assunto, como veremos,
e as omissões são tão importantes quanto o que é mencionado. Se
Mateus, o judeu, não fala nada das principais aparições de Cristo
em Jerusalém, e Lucas, o gentio, não fala nada das aparições na
Galileia, para nós isso é muito significativo e exige atenção mais
detalhada. Todos os quatro escritores – mencionam o testemunho
das mulheres, apesar de divergirem no caráter individual ou
coletivo do acontecimento – nos dão uma manifestação de
desígnio e de propósito. Há uma diferença de desígnio entre os
relatos dos evangelistas discípulos, Mateus e João, e os relatos de
Marcos e Lucas.
Os que escrevem com relação à Sua ressurreição não estão
apresentando cuidadosamente fatos frios e comparados, mas
estão registrando experiências como foram lavradas nos corações
e nas mentes dos homens e mulheres. Experiências subjetivas são
destacadas entre os fatos objetivos das narrativas.
Vemos também que, da mesma forma que houve manifestações
angelicais no nascimento do Senhor, podemos ter certeza de que o
mundo angelical ficaria ainda mais emocionado com o “segundo
8