Livros A glória da sua ressurreição | Page 10

Introdução sequência lógica à Sua morte. Os escritores dos evangelhos nunca procuram elogiar Jesus ou destacar Suas virtudes. Eles não estão tentando criar uma atmosfera que conduza à fé. Eles parecem não se importar se acreditamos ou não (com exceção de João), pois eles corajosamente declaram fatos que aparentemente teria sido melhor se fossem omitidos, se eles estivessem escrevendo com o objetivo de convencer o leitor. Eles estão escrevendo sobre uma vida perfeitamente natural, entretanto evidente e naturalmente perfeita. Quando lemos o relato da ressurreição de nosso Senhor dentre os mortos, sentimos que Sua veracidade provada em outros aspectos é mais uma vez demonstrada no cumprimento de Suas próprias predições de que Ele ressuscitaria. Da mesma forma que o nascimento virginal está no início dessa vida perfeita na terra como causa, assim também a ressurreição está no fim da vida como consequência natural da vida entregue à morte. Não era certo que o grão de trigo, morrendo, ficasse só (João 12:24). Também não é nosso propósito tentar harmonizar os relatos da Sua ressurreição nos quatro evangelhos. Neles outros veem contradições humanas, mas nós vemos apenas a evidência de seleção e superintendência do Espírito divino. Cada escritor destaca apenas o que é relevante para o seu assunto, como veremos, e as omissões são tão importantes quanto o que é mencionado. Se Mateus, o judeu, não fala nada das principais aparições de Cristo em Jerusalém, e Lucas, o gentio, não fala nada das aparições na Galileia, para nós isso é muito significativo e exige atenção mais detalhada. Todos os quatro escritores – mencionam o testemunho das mulheres, apesar de divergirem no caráter individual ou coletivo do acontecimento – nos dão uma manifestação de desígnio e de propósito. Há uma diferença de desígnio entre os relatos dos evangelistas discípulos, Mateus e João, e os relatos de Marcos e Lucas. Os que escrevem com relação à Sua ressurreição não estão apresentando cuidadosamente fatos frios e comparados, mas estão registrando experiências como foram lavradas nos corações e nas mentes dos homens e mulheres. Experiências subjetivas são destacadas entre os fatos objetivos das narrativas. Vemos também que, da mesma forma que houve manifestações angelicais no nascimento do Senhor, podemos ter certeza de que o mundo angelical ficaria ainda mais emocionado com o “segundo 8