Levante: A vida pós-cárcere de mulheres no Paraná Levante_Livro | Page 18

trabalho ou ensino dentro das unidades prisionais. A organização destaca ainda a frequência com que as pessoas que aguardam julgamento são colocadas nos mesmos presídios, alas e celas que pessoas já condenadas, o que viola não só a legislação brasileira em vigor, mas convenções internacionais. No estado do Paraná, encontram-se sob custódia do Estado aproximadamente 28.600 pessoas. Em janeiro de 2019, eram pouco mais de 21 mil. É o que indicam os dados oficiais do Mapa Carcerário, plataforma digital alimentada por informações do Sistema Integrado de Gestão da Execução Penal do Paraná (Sigep). Mas o portal considera apenas os internos e internas das unidades prisionais estaduais, as penitenciárias — ignorando portanto as mais de 10 mil pessoas detidas nas carceragens de delegacias de todo o estado. Estima-se então, que o número total de presos e presas gire em torno de 38 mil pessoas. Enquanto a população carcerária cresce, o número de agentes tem diminuído. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) informa que, das 4.131 vagas existentes para a carreira, 1.033 não estão preenchidas. Não se realiza concurso público na área há seis anos. Para suprir a demanda de efetivo, hoje atuam em presídios e carceragens do estado cerca de 1.200 agentes de cadeia temporários, profissionais contratados por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS) e que recebem um pouco mais da metade do salário de um agente penitenciário — além de contarem com um mínimo de treinamento. Para o governo do estado, a solução do problema de superlotação nas unidades prisionais — o sistema tem mais de sete mil presos e presas a mais do que as vagas existentes, isso só no que diz respeito às penitenciárias estaduais — é a criação de novas vagas. A expectativa é que, nos próximos anos, sete mil vagas sejam criadas com a 18 | LEVANTE