MUDE O MUNDO
COMO UMA MENINA
Foto: Débora Nisenbaum
BIO - LARA FRANCIULLI
Natural de São Paulo e tenho 19 anos. Desde
pequena gosto muito de estudar e tive sempre
o incentivo de meus pais Ana e Luiz e o suporte
da escola. Durante o ensino fundamental,
participei de olimpíadas científicas e fui
medalhista de prata na Olimpíada Brasileira de
Matemática (OBM). Já no ensino médio, eu me
envolvi com as olimpíadas de informática, e foi
quando comecei a me interessar por
computação. Esse interesse foi reforçado ao
ser selecionada para o Mind The Gap, um
evento do Google para promover mais
mulheres na computação. Depois do MTG
comecei a me envolver com mais iniciativas de
igualdade de gênero, sendo palestrante no
evento UberMeninas: Mulheres na Tecnologia,
organizado pela Uber. Em 2019, iniciei meus
estudos de Ciência da Computação em
Stanford University e me tornei parte do
programa de líderes da Fundação Estudar.
1. Quem é a figura de mulher que te inspira tanto a ter essa
vontade de vencer?
Eu e minha mãe Ana Elisa sempre fomos muito ligadas. Ela
parou de trabalhar quando nasci e, como ela diz, eu virei sua
companheira. Antes de eu ir para a faculdade, eu nunca tinha
ficado tanto tempo longe da minha mãe. De certa forma, essa
separação foi boa para nós duas, pois ganhamos
independência uma da outra, mas ainda assim foi muito difícil,
mesmo nos falando todos os dias por mensagem ou chamada
de vídeo. Às vezes eu estava me sentindo sozinha, nem tinha
muito o que conversar, mas ligava para ela para me fazer
companhia.A escolha da minha mãe de parar a sua vida dela
para se dedicar à maternidade foi muito corajosa - e hoje,
agora que estou na faculdade, ela fez uma escolha parecida e
mora com a minha avó de 90 anos com Alzheimer, agora a sua
“segunda filha”.Minha mãe me ensinou muito a ter força e a me
preocupar com as outras pessoas. Ela, junto com o meu pai,
me introduziu ao voluntariado na mesma ONG em que ela
mesma começou a ser voluntária aos seus 20 anos. Minha mãe
sempre me passou a mensagem de que as crianças e seus
familiares que conhecemos na ONG são também nossa família,
e o amor que ela sente por eles é hoje o amor que também
sinto.
2. Quando era pequena a sua mãe/avó te ajudou a ser mais
confiante de si?
Minha mãe sempre foi minha incentivadora número 1. Para
todas as atividades que eu me interessava, mesmo se ela não
entendesse muito do assunto, ela estava lá me apoiando:
teatro, xadrez, matemática, estudo no exterior… Ela sempre diz
que “mãe é profética”. Então desde quando eu sou pequena
ela diz para mim: “você é boa, filha, você consegue, você é
capaz”. Acho que o fato de ela acreditar em mim, muitas vezes
mais do que eu mesma acreditava, foi fundamental para o
meu crescimento. Eu gosto de lembrar de quando eu ainda
estava no fundamental, recebi um bilhete da escola sobre o
início do “Avançado de Matemática”. Seriam aulas de
preparação para as olimpíadas de matemática. Apesar de já
ter um interesse por essas competições e também pela
matéria, eu pensei que as aulas seriam muito difíceis para
mim e fiquei com medo de ir. Minha mãe incentivou: “vai para
experimentar, filha, se você não gostar, não precisa ir!”
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LILLIES AND
DASIES