Jornal do Clube de Engenharia Junho de 2017 | Page 5

JUNHO DE 2017 Modelos de futuro O desmonte e venda de partes relevantes da mais robusta empresa de geração e transmissão do país acontece em momento de uma reformulação do setor elétrico nacional. As discussões giram em torno da continuidade de investimentos em um sistema interligado, continental, ou a descentralização, mais voltada ao mercado. O primeiro vice- presidente do Clube de Engenharia, Sebastião Soares, destaca que o Brasil é o único país do mundo com um sistema hidrelétrico interligado. “Graças a ele, nós não temos reserva de água. As represas são reservas de energia, uma vez que é possível alimentar uma ponta do país com o que é gerado na outra. Fazer um planejamento independente do sistema interligado é jogar fora o nosso diferencial”, explica Sebastião. Os defensores do planejamento descentralizado – para atender a demandas locais, deixando de lado o sistema interligado – argumentam com três fatores: investimentos menores, retorno mais rápido e novas tecnologias. A ampliação do sistema interligado pressupõe, daqui em diante, grandes aproveitamentos como Belo Monte, Tapajós e os da bacia Tocantins- Araguaia. O investimento é maior e o retorno é mais lento. A importância do papel do Estado no setor é justamente essa, pois o valor do investimento em hidrelétricas e linhas de transmissão é mais alto, continua o vice-presidente. “O sistema interligado é estratégico porque energia é soberania, é desenvolvimento com autonomia. E o Brasil perde isso à medida que descentraliza a produção em ilhas geradoras e consumidoras de energia em todo o país”, alerta. Geração distribuída: ampliação preocupa distribuidoras e pede regulamentação Djalma Falcão: vantagens e problemas da geração distribuída de energia no Brasil. O hábito de gerar e consumir energia autonomamente, principalmente de fonte solar fotovoltaica, vem crescendo no Brasil, o que preocupa as distribuidoras, que se veem perdendo clientes e tendo que adequar a rede. Para esclarecer o motivo do conflito e debater as soluções, o Clube de Engenharia, a Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e a Divisão Técnica de Energia (DEN) promoveram a palestra “Impactos dos Recursos Energéticos Distr