Jornal do Clube de Engenharia 596 (Novembro de 2018) | Page 7

NOVEMBRO DE 2018 O PAÍS Pela Engenharia e pela democracia A eleição foi um processo de seleção negativa. “Contra o que somos, vamos votar...” E temos que respeitar os resultados. A sociedade brasileira já mostrou que sabe dar respostas às situações que lhe são criadas. Os temores, que têm razão de ser, devem ser analisados com cautela. Luiz Alfredo Salomão, conselheiro e deputado constituinte Se por um lado temos que ter prudência, por outro temos que ter uma posição firme. Afirmar com coragem a nossa agenda, uma agenda capaz de aglutinar as pessoas. Elvio Gaspar, conselheiro Não somos homogêneos, nem unânimes. Isso tem que ser considerado se buscamos o equilíbrio desejado e proposto, até para mantermos a unidade que temos conquistado, e podermos seguir lutando pela Democracia, Soberania e Engenharia voltadas para um desenvolvimento inclusivo e sustentável. Fátima Sobral Fernandes, conselheira e membro do Conselho Editorial Eu sou totalmente a favor de que o Clube de Engenharia tome já uma posição forte. Guaraci Porto, conselheiro Respeitar a constituição nesse momento é compreender que depois de uma eleição que foi difícil, foi dura e muita gente saiu sofrida, nós temos que buscar a paz. A paz é o objetivo maior da humanidade. Márcio Queiroz, conselheiro No momento 55 mil engenheiros estão desempregados. O momento é de prudência. Nós temos que ter calma, para podermos nos preparar para novos passos. Fernando Tourinho, diretor técnico Vamos priorizar o Projeto Brasil Nação para apresentar ao governo as propostas do Clube, preferencialmente junto com outras entidades. Irineu Soares, conselheiro Azeitar os canais de comunicação com os engenheiros, com os alunos de Engenharia e com a maioria da população brasileira. Para isso temos que estar a priori numa posição de isenção e de firmeza. Ações inoportunas neste momento criam atritos nos canais de comunicação. Nelson Duplat, conselheiro Precisamos discutir políticas públicas. Quem não tem medo tem que se posicionar politicamente, de forma técnica, defendendo políticas. Uiara Martins de Carvalho, conselheira Acho importante que o Clube de Engenharia assuma uma posição firme. Como diria Geraldo Vandré. “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” José Carlos Lacerda, conselheiro vitalício Os fatos confirmam o respeito à agenda política do Clube de Engenharia em curso. Em seguida às eleições, Pedro Celestino e o ex-presidente e atual presidente da Academia Nacional de Engenharia (ANE), Francis Bogossian, deram prosseguimen- to à convocação de uma Audiência Pública para discutir a reformulação das diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Engenharia propostas pelo Conselho Nacional de Educação. A matéria é considerada da maior importância para o futuro da Engenharia: consta das diretrizes o interesse em reduzir a carga horária dos cursos de Enge- nharia e permitir que sejam concedidos diplomas de engenheiros a cursos dados a distância, o que pode significar o fim da profissão de engenheiro. O Clube, juntamente com a ANE, mobilizou as direções das principais escolas de Engenharia do Brasil e principais entidades representativas da Engenharia para que participassem da Audiência Pública, no sentido de aprofundar o debate e ten- tar obstaculizar a aprovação das diretrizes na for- ma como estão propostas (Ver Editorial e matéria da página 3). Em defesa da democracia e da afirmação da Cons- tituição de 1988, mantendo viva suas bandeiras históricas, entre outras atividades, o Clube de En- genharia, participou de reunião do Projeto Brasil Nação, grupo suprapartidário que, em conjunto, elaboraram o documento Um Projeto para o Brasil, submetido aos candidatos à presidência da Repú- blica, inclusive ao candidato eleito, Jair Bolsonaro. Nesse processo, reafirmando suas pautas histórias: Democracia, Soberania, Engenharia, o Clube de Engenharia está convencido de que hoje, e para os próximos anos, será preciso reafirmar valores, criar espaços de debates e acreditar no dia de amanhã. Será preciso, principalmente, acreditar no poder do diálogo e do debate plural de ideias. Será preciso, enfim, acreditar que o sentido do Brasil nunca será dado por uma só pessoa ou um só gru- po: ele é resultado das nossas tensões, das nossas disputas. E, do lado daqueles que defendem in- transigentemente a democracia e a inclusão social, o Clube de Engenharia, estará atento, forte e atu- ante: diante do salto no escuro, lutará por pontes. 7