Jornal do Clube de Engenharia 596 (Novembro de 2018) | Page 10

www.clubedeengenharia.org.br Gás: atenção às normas e manutenção periódica Planejamento e métodos A aplicação de métodos tradicio- nais foi o foco da palestra “Planeja- mento estratégico”, do professor e administrador Sérgio Cardoso, com mais de 25 anos de experiência em Gestão Financeira e Controladoria. O evento, realizado em 23 de ou- tubro, foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e a Divisão Técnica de Engenharia Econômica (DEC). Um dos mé- todos apresentados por Cardoso foi a matriz SWOT, um clássico da administração estratégica criada na década de 1970, que destaca forças, fraquezas, oportunidades e ameaças nos ambientes interno e externo de uma empresa ou instituição. Por meio de diversos e variados exem- plos, o professor mostrou, na práti- ca, como pensar e aplicar a Matriz SWOT. Outro método detalhado na palestra foi a ferramenta 5W2H, utilizada em processos de enge- nharia. “Essa é uma ferramenta de ação. Após pensar seu negócio e sua empresa, chega a hora de colocar o projeto em prática”, explicou o professor. O nome se baseia em 7 perguntas: what, why, where, who, when, how e how much. No caso, os 5 Ws e os 2 Hs, que significam “o que será feito”, “por que fazer”, “onde será feito”, “por quem será feito”, “quando”, “como fazer” e “quanto custará fazer”. Sérgio Car- doso ressaltou que, assim como a matriz SWOT, a ferramenta 5W2H também pode ser útil no planejamento da vida pessoal. 10 Maurício Gonçalves destacou a importância da cultura de manutenção e os riscos de acidentes graves Vigora no Rio de Janeiro uma série de normas e legislações, estaduais e nacionais, a respeito da autovis- toria predial de gás. Para esclarecer as diferenças entre elas e demarcar a importância da manutenção, o professor de autovistoria, Maurí- cio Gonçalves, realizou a palestra “Autovistoria predial de gás”, em 17 de outubro, no Clube de Engenha- ria. O evento foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e pela Divisão Técnica de Engenharia Econômica (DEC), com apoio das divisões técnicas de Construção (DCO), Exercício Profissional (DEP), Manutenção (DMA) e Segurança (DSG). Há 11 anos entrou em vigor a Lei 762, estadual, estabelecendo a vistoria obrigatória a cada cinco anos em instalações de gás de unidades re- sidenciais e comerciais. Em 2013, a Lei 6.400, complementar à 762, e mais ampla, lançou um olhar sobre toda estrutura predial que utiliza gás, tornando-se, em 2014 a Lei 6.890. Maurício Gonçalves expli- cou as diferenças: “A Lei 6.890, mais recente, trata do medidor a jusante, dele para dentro, e a Lei 6.400 a montante, e todas as ou- tras instalações: esgoto, água fria e quente, sistema de proteção por descarga atmosférica etc., além da inspeção em elevadores, instalações elétricas e infraestrutura predial como um todo”. Usuários, síndicos e profissionais de manutenção de gás ainda têm de estar atentos a instruções normativas da Genesa: IN 47, IN 48 e IN 55, que estabe- lecem que a autovistoria deve se basear no que determina a Associa- ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Gonçalves ainda abordou o Regulamento de Inspeções Pre- diais, que aprova as regulações e modifica as Instruções normativas. As muitas leis e normas estabe- lecidas, algumas conflitantes, não garantem a implementação de uma cultura de manutenção, mesmo com a consciência de que sai muito caro consertar um equipamento que dê defeito do que investir em manutenção, sem falar nos riscos e na preocupação com a segurança. Gonçalves destacou, por exemplo, os riscos dos reparos caseiros, uma vez que gás pode causar explosões e acidentes fatais, como já se viu em numerosos casos no Rio de Janeiro e país afora. Leia a matéria completa no site: http://bit.ly/auto- vistoriagás O correto uso de hipóteses e teorias na Geotecnia A correta aplicação de métodos científicos na geotecnia foi abordada na palestra “Sobre o uso de teorias ignorando suas hipóteses”, de Ian Schumann Martins, subchefe da Divisão Técnica de Geotecnia (DTG) e professor da Coppe/UFRJ. O evento, em 25 de outubro, foi promovido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e Divisão Técnica de Construção (DCO), com apoio da Associação Brasileira de Mecânica de Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS- Rio) e da Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental (ABGE-Rio). De início, Ian Martins definiu hipótese, teoria e tese. “Uma hipótese falsa pode levar a conclusões equivocadas”, afirmou o professor, para em seguida aplicar a afirmação com exemplo na Geotecnia baseado em ensaios de adensamento edométrico de longa duração, partindo-se da hipótese de que o coeficiente de variação é maior em campo do que em laboratório. Existem fatores nos cálculos que, se estiverem errados, levarão a resultados com valores alterados, e a hipótese pode se confirmar. No caso apresentado pelo professor, o erro recorre em validar a teoria de Terzaghi de que não há efeito de adensamento secundário no campo. Essa hipótese incorreta pode levar à premissa de que a variação no campo é sempre maior do que em laboratório.