Jornal do Clube de Engenharia 594 (Setembro de 2018) | Page 4
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POLÍTICAS PÚBLICAS
Os cortes orçamentários dos últi-
mos anos também têm atingido em
cheio o Ibram. Em 2017, de acordo
com o relatório Painel de Indica-
dores Gerenciais, divulgado em
janeiro deste ano, a dotação orça-
mentária do órgão foi da ordem de
163,6 milhões de reais. Já o Relató-
rio de Gestão de 2017 aponta que,
para além dos cortes de recursos, a
administração museológica brasi-
leira carece de pessoal, uma vez que
a maior parte dos funcionários tem
mais de 50 anos e está próxima de
se aposentar.
Com a PEC dos Gastos, aprovada
pelo governo federal no ano passado,
a situação, já considerada dramática,
tende a piorar. O congelamento,
por 20 anos, do crescimento dos
investimentos públicos, inclusive em
Educação, Cultura, Ciência e Tec-
nologia, deve estrangular ainda mais
o montante destinado não apenas
aos museus, mas às universidades
públicas e institutos de pesquisa.
Segundo o site da campanha Co-
nhecimento Sem Cortes, criada por
diferentes organizações da sociedade
civil ligadas à educação, incluindo a
Sociedade Brasileira para o Progres-
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Lacerda/EFE/Direitos
Em 2003, o governo federal lançou
a Política Nacional de Museus,
base para diretrizes de preservação
e desenvolvimento museológico
nacional. O orçamento para o cam-
po museal chegou a subir 980%
em uma década, passando de 20
milhões de reais em 2001 para
216 milhões de reais em 2011. Os
dados são de um relatório de 2012
do Instituto Brasileiro de Museus
(Ibram), autarquia federal criada
em 2009 e ligada ao Ministério
da Cultura. Apesar de o Museu
Nacional não estar sob tutela do
Ibram, o órgão é responsável por
administrar dir