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SAE promove seu primeiro workshop de foguete
Foto : Arquivo João Canalle
A Secretaria de Apoio ao Estudante de Engenharia ( SAE ) segue avançando nas parcerias com as universidades e inovando em suas atividades . No final de semana dos dias 08 e 09 de abril , a sede social do Clube e a Unidade Zona Oeste foram ocupadas por 53 estudantes de seis universidades fluminenses inscritos para o workshop de foguete “ Propulsão e Operação ”, do engenheiro aeroespacial Calvin Trubiene , vice-diretor técnico da associação Competição Brasileira Universitária de Foguetes ( Cobruf ). O Grupo de Foguete do Rio de Janeiro ( GFRJ ), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ( UERJ ), realizou o evento , em parceria com a Cobruf , patrocínio da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e apoio do Clube de Engenharia . Participaram discentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ( UERJ ), Universidade Federal Fluminense ( UFF ) dos campus de Volta Redonda e Niterói , Universidade Federal do Rio de Janeiro ( UFRJ ), Instituto Militar de Engenharia ( IME ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro ( UFRRJ ) e CEFET-RJ Maracanã .
Especialistas passam motivação
Precedendo a parte teórica do workshop , no dia 08 , o coordenador da SAE , José Stelberto Soares , elogiou a organização dos estudantes e exaltou a integração dos jovens cientistas com o Clube . O conselheiro do Clube Luiz Bevilacqua , ex-presidente da Agência Aeroespacial Brasileira , não escondeu os obstáculos de se trabalhar na área de Defesa do país , mas ressaltou o conselho de que os estudantes não desistam : “ É preciso que vocês tenham consciência das dificuldades que vão enfrentar , mas enfrentem ”. Ele também sugeriu aos presentes que , a partir dos seus testes bem sucedidos , venham a contribuir com a criação de mais normas técnicas nacionais para a área aeroespacial . Presidente da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica , o professor João Batista Canalle também estimulou os jovens , afirmando que , no futuro , quando o país retomar seus planos de lançamento de foguetes e satélites , eles serão necessários como valioso recurso humano nacional .
Calvin Trubiene dá explicações quanto aos procedimentos para propulsão e operação de foguetes
A preparação do teste estático envolve anotações de medidas e confecção de materiais
Um passo adiante para os grupos de foguete
No workshop teórico , Calvin Trubiene compartilhou suas experiências com foguetes nos diversos detalhes - programas de computador úteis , confecção das partes do foguete , técnicas de vedação e controle de combustão , etc - mas focou no “ combustível ”, o propelente . Embora a maioria dos grupos produza propelente sólido , com materiais relativamente acessíveis , como açúcar , ele recomendou fortemente que se passe para o híbrido : sólido e líquido . “ O propulsor sólido tem equivalência em TNT . Ele tem a queima complicada , é perigoso , o transporte é perigoso . Então se passarmos para o híbrido , teremos uma evolução muito melhor para o desenvolvimento espacial ”, defendeu .
Assim , no dia 09 , na Unidade Zona Oeste do Clube , o grupo pôde realizar a parte prática da
atividade , com a demarcação de área de gramado para testes , preparação do propelente sólido e organização em equipes . Seguindo uma cronologia de operação , com diferentes funções para equipes , os propelentes produzidos foram testados num motor em um teste estático , no qual a combustão acontece , mas a estrutura não sai do chão . Toda essa atividade prática , agregada ao conhecimento prévio passado pelo engenheiro , deixou um novo objetivo para os participantes , segundo Ronaldo Matos , do Grupo de Foguetes do Rio de Janeiro ( GFRJ ), da UERJ : “ O workshop foi uma ruptura , no sentido do desejo de mudar para a propulsão híbrida e mais tarde para a líquida , que o Brasil ainda não domina ”.
Foto : Arquivo João Canalle
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