Jornal do Clube de Engenharia 577 (Abril de 2017) | Page 3

ABRIL DE 2017 homenagem Clube de Engenharia: presente nos grandes debates nacionais “O Clube de Engenharia desde sempre associou o debate do desenvolvimento nacional às lutas pelo aprimoramento do Estado social, democrático e solidário. Essa instituição sempre compreendeu que só um Brasil justo, inclusivo e democrático é capaz de gerar o desenvolvimento que beneficia o conjunto da sociedade, de empregados a empresários, de estudantes a agricultores, de trabalhadores braçais a artistas, de empregadas e empregados domésticos a intelectuais”. Com essas palavras o vereador Reimont demonstrou a honra de entregar o Conjunto de Medalhas do Mérito Pedro Ernesto ao presidente Pedro Celestino. Exaltou a trajetória histórica de lutas do Clube pela engenharia brasileira e pela democracia, do apoio à abolição da escravatura passando pelas Diretas Já, até o combate à privatização de estatais e à defesa do pré-sal, mais recentemente. “Além de uma casa que serve ao debate técnico, o Clube de Engenharia tem estado presente nas grandes questões políticas do Brasil. (...) É com essa bagagem histórica da defesa do Brasil e dos brasileiros que o Clube de Engenharia se destaca hoje na luta por um grande pacto nacional que detenha o desmantelamento da indústria nacional e pavimente caminhos para retomada do desenvolvimento. O que só será possível com a plena recuperação do estado democrático de direito” Após destacar um trecho da Carta à Sociedade, lançada em janeiro deste ano pelo Clube de Engenharia, Reimont concluiu: “Essa instituição mostra que tem lado: o lado do Brasil, o lado dos brasileiros, da classe trabalhadora, o lado da engenharia e da defesa do nosso país. Considero que a entrega do conjunto de medalhas de mérito Pedro Ernesto, a mais alta comenda da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, ao Clube de Engenharia é um reconhecimento e a devida homenagem à sua intransigente luta atual, que é uma luta de todos nós que defendemos o melhor para o Brasil.” casa tem um compromisso com a democracia, tem compromisso com as lutas comunitárias. Aqui é o berço da atividade política. Por aqui passaram grandes brasileiros. Por aqui passou Carlos Lacerda, por aqui passou João Massena, por aqui passou Saturnino Braga, por aqui passou Ari Barroso. O Clube tem uma história que se pauta por três linhas de ação ao longo dos seus 136 anos. A defesa Na mesa, além do vereador Reimont e Pedro Celestino, os presidentes do CREA-RJ, Reynaldo Barros, do CAU-RJ, Jerônimo de Moraes; da SEAERJ, Nilo Ovídio, os ex-presidentes do Clube de Engenharia Agostinho Guerreiro, Heloi Moreira e Renato Almeida e o deputado estadual Eliomar Coelho. Foto: Fernando Alvim. O futuro do país está vinculado à engenharia Transcrevemos a seguir parte do discurso de agradecimento do presidente Pedro Celestino: “É uma satisfação imensa, é uma honra para a entidade que eu presido receber esta homenagem da casa que é do povo do Rio de Janeiro, a casa que tem o nome de Pedro Ernesto, que marca o início do Brasil moderno pósrevolução de 30. Médico, ligado às causas populares e à cultura popular, interventor municipal e prefeito do Rio entre 31 e 36. Esta intransigente da democracia, ao longo de toda sua história, porque desde o início se comprometeu, seja com a abolição da escravatura, seja com a luta pela República. E se comprometeu com esta cidade, que era a capital da República, em todas as lutas de modernização do Rio de Janeiro: na abertura da Avenida Central, na expansão da rede de água e de esgotos. O Rio que sedia a primeira estação de esgotos da América Latina, que hoje é a sede da SEAERJ. O Rio do plano Agache em 28. O Rio que desdobra do ponto de vista do sistema viário a Avenida Brasil na década de 30 e 40. O Rio que no governo Juscelino, quando a cidade não tinha a sua autonomia política, Negrão de Lima como prefeito cria a SURSAN, que é o berço da moderna engenharia pública, que possibilitou uma transformação urbana extraordinária. Que está aí no Aterro do Flamengo, que está aí no Guandu. Que tem a maior estação de tratamento de água do mundo. Esse legado que é o plano Doxiadis, no governo Carlos Lacerda, que desenvolve as chamadas linhas: linha verde, linha vermelha, linha amarela, vem da década de 60. A sua implantação se deu ao longo das últimas décadas. Todas essas atividades foram discutidas, debatidas, acompanhadas pelo Clube de Engenharia. (...) A nossa trajetória está intimamente ligada à cidade do Rio de Janeiro, com o compromisso de participar da discussão de todos os problemas que afligem sua população. Dis