Jornal do Clube de Engenharia 571 (Outubro de 2016) | Page 10

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Parcerias e planejamento

A Diretoria de Atividades Técnicas deu o tom do trabalho das Divisões Técnicas Especializadas nos próximos meses : planejamento e parcerias externas e internas . Presidida pelos diretores técnicos Márcio Patusco , Artur Obino e Fernando Tourinho , a reunião do Conselho Coordenador das DTEs aconteceu em 28 de setembro , com a
presença da maioria dos chefes de DTEs . A necessidade de entrosamento entre as DTEs , o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil , aproveitando os convênios firmados pelo Clube , foi destacada pelo diretor Fernando Tourinho . “ Não se trata de fazer perícia , mas de criar um link institucional , político e técnico com entidades de grande responsabilidade e que têm ajudado muito a sociedade ”.
A participação das DTEs no esforço realizado pela Secretaria de Apoio ao Estudante ( SAE ) também foi tema em debate . O diretor Márcio Patusco destacou que as palestras realizadas pela diretoria nas universidades são uma forma de aproximar os futuros engenheiros do Clube e que as DTEs têm um papel importante nessa aproximação e mobilização dos estudantes . “ A ideia é que reuniões de DTEs sejam montadas
para receber os estudantes interessados em participar . “ Na Divisão Técnica de Eletrônica e Tecnologia da Informação ( DETI ) já estamos recebendo os estudantes interessados . Cinco deles têm participado toda sexta-feira de nossas reuniões . Trata-se de uma troca : eles aprendem um pouco e trazem sua jovialidade para dentro da DTE . Tem sido muito proveitoso para todos ”, relatou Patusco , subchefe da DETI .

A urgência da inovação no Brasil

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A produção científica no Brasil , bem como o número de graduados , mestrandos e doutorandos cresce . Entre 1996 e 2014 , o salto de programas de mestrado foi de 205 % e de doutorado , 210 %. A engenharia acompanha o avanço , mantendo respeitabilidade internacional . Ainda assim , há grande dificuldade em transformar todo esse conhecimento acadêmico em inovação . Falta na engenharia nacional o caráter de inovação , a capacidade de transformar ideias em projetos , patentes e novos produtos . Para falar sobre o tema , a DTE de Ciência e Tecnologia ( DCTEC ) recebeu , dia 28 de setembro , Edson Watanabe , engenheiro eletrônico , pesquisador e diretor da Coppe-UFRJ .
Segundo o professor , embora muitos pensem o contrário , uma patente , uma ideia , um conceito , por si só , não são inovações . Elas só nascem de pessoas ousadas , capazes de criar metodologias e que tenham a vontade necessária para criar . Não há outro caminho senão a de tentativa e erro . Sua proposta , na prática , é criar um programa de iniciação à inovação
Professor Edson Watanabe , engenheiro eletrônico , pesquisador e diretor da Coppe-UFRJ .
reunindo estudantes em ambiente de criação . A ideia já existe na Coppe , a qual reuniria alunos de diferentes áreas para que se conectassem e gerassem produtos . “ Muitos dos atuais profissionais que formamos vão até a patente , ou o artigo , e acham que já fizeram a parte deles . Quem vai fazer o resto ?”, questiona o palestrante .
Watanabe situou o Brasil num contexto mundial : trata-se de uma das 10 maiores economias do mundo , tem sua produção científica em 13 º lugar e o Índice de Desenvolvimento Humano em 73 º. A quantidade de
Foto : Fernando Alvim
possíveis sujeitos inovadores no país varia de acordo com o momento da nação . Quando a economia vai bem e está crescendo , as pessoas se sentem estimuladas a criar . Quando vai mal o ritmo cai . Para Edson Watanabe , o ideal é reverter o processo , de modo
que os jovens estejam motivados o suficiente para inovar e contribuir para o desenvolvimento do país e assim melhorar ou transformar o ambiente econômico .
A preocupação com essa área do desenvolvimento a partir da formação vem da concepção de que existem três tipos de engenheiros . O de aplicação , que trabalha com conhecimentos consolidados , que “ faz a máquina funcionar ”; o cientista , que amplia o conjunto de conhecimentos ; e o de inovação , que questiona os conhecimentos consolidados , procura problemas e cria soluções , gerando produtos . Na opinião do professor , as universidades hoje não formam engenheiros de inovação . Leia mais em https :// goo . gl / aLYRkN