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CONSTRUÇÃO CIVIL/ECONOMIA JORNAL INFO IMÓVEIS - 06 Bolha Imobiliária que nada. É B o l h a d e Tu d o m e s m o ! O nível dos preços e a insatisfação da população criam uma atmosfera de preocupação e desabafo. Conversei recentemente com um empolgado amigo que investe em imóveis. Ele tem ganho bastante dinheiro com isso, mas nessa conversa pareceu mais preocupado do que de costume. Tudo porque discutimos a elevação do nível geral de preços no país e também o aumento da renda. Entendemos que as coisas (casa, carro, comida etc.) estão caras demais, a ponto de não fazer muito sentido. Ao que tudo indica, parece que vai ficar cada vez pior: a inflação está longe do centro da meta (4,5%) há pelo menos três anos, e o governo dá a entender que o teto da meta é um número interessante para o IPCA (6,5%). Inclusive Segundo nossas observações, os imóveis dobraram de preço nos últimos 5 anos (cálculos feitos para a pacata cidade de Caraguá, litoral de SP, onde moramos). Um apartamento de 100m2 era vendido por R$ 200 mil em 2009, agora há quem queira R$ 400 mil (na planta) e até R$ 450 mil em uma unidade pronta para morar. Comecei a provocar meu amigo, a “viajar na maionese”. Eu dizia: “Já pensou se os preços dobrarem de novo em apenas cinco anos? Estaremos comprando e morando em apartamentos de 100m2 ao preço de R$ 800 mil, no interior do país?”. Com uma cara de quem achava um absurdo, ele ficou ainda mais preocupado ao se lembrar de que um fenômeno parecido acontece com o preço de muitos serviços. Parece um exagero, certo? Claro que sim, afinal a ideia era mesmo provocar. Parece mais sensato dizer, então, que os preços dos imóveis ficaram estacionados durante 15 anos e dobrarão de preço novamente em 10 anos, ou seja, valerão R$ 800 mil, mas só em 2024? Ou quem sabe em 15 anos? Faz mais sentido? Há (muitas) cidades que fazem esses valores parecerem piada, eu sei. Aliás, isso me lembra das muitas matérias e discussões em torno da existência ou não de uma bolha imobiliária no Brasil, inclusive com alguns especialistas afirmando que seu estouro tem data para acontecer (antes da Copa?) e outros refutando a hipótese. Com todo respeito aos estudiosos do tema, eu acho que há uma “bolha de tudo” por aqui: carros, serviços, alimentação, imóveis, transporte e por ai vai. Repare nas embalagens de pão de forma e verá que o peso caiu, enquanto o preço aumentou. Faça um esforço para se lembrar de quanto pagava por um corte de cabelo há alguns anos atrás e olhe quanto custa um carro “popular”. “Mas tudo isso tem respaldo na evolução da inflação !”. Pois é, pode ser que esteja tudo bem no sentido econômico da coisa (evolução do preço disso e daquilo versus avanço do índice tal e tal), mas a sensação nas ruas (e no bolso) é outra: a de que não temos condições de manter um padrão de vida digno diante do atual nível de preços das coisas, de tudo. Quanto ganha o brasileiro? A renda média anual do cidadão brasileiro hoje é de aproximadamente R$ 25 mil. Todos admitem que uma “meta ousada” seria dobrar nossa renda per capita média, mas Você tem acompanhado o preço medido do dia a dia? Se a inflação continuar na toada atual, quase tudo custará o dobro daqui 10 anos. O IPCA ficou em 75% nos últimos 10 anos e o IGP-M em 83%, lembrando que de janeiro de 2008 para cá, o índice oficial (IPCA) ficou sempre mais próximo do teto