Jorge Conde - Bases Programáticas da Candidatura a Presidente do IPC 1 | Page 10
A captação internacional de estudantes, é por natureza difícil aos Politécnicos, já que a
deslocação de estudantes se faz normalmente para instituições com prestigio internacional
consolidado ou para regiões com tradição no acolhimento de estudantes. É esta segunda via,
aliada a um trabalho consistente da instituição e à sua coerente divulgação e promoção, que
nos pode proporcionar no médio prazo a procura pelo prestigio internacional que não
deixaremos de alcançar.
Para podermos caminhar e alcançar o outro lado da crise que estamos a viver, temos de saber
que só juntos construímos mais IPC e melhor IPC. Temos de saber viver ao lado de umas das
melhores e mais prestigiadas universidades do mundo, sabendo diferenciarmo-nos, sabendo
fazer diferente, sabendo ser alternativa, para podermos ser escolha. Não podemos querer ser
iguais, não podemos copiar, porque nenhuma cópia supera o original. Mas podemos ser nós,
sendo bons, sendo criativos, sendo empreendedores, sendo diferentes, fazendo diferente. E
podemos ser nessa diferença os melhores.
Nos últimos anos e tendo por tradição que era melhor estarmos lado a lado, mas não juntos,
caminhamos sem união e por vezes até com competição, entre as unidades orgânicas. Temos
tido medo de mudar e temos adiado decisões que são indispensáveis à sobrevivência do
Politécnico de Coimbra. Fala-se do Politécnico, erradamente, como o conjunto dos serviços
geridos pelo presidente, em vez de nos referirmos ao Politécnico, como o conjunto de toda a
estrutura de todas as unidades orgânicas e de todos nós.
Se adiarmos mais as reformas necessárias ao modelo de gestão, se continuarmos a resolver
com paliativos, os problemas das unidades orgânicas que estão em asfixia (e são cada vez
mais), caminhamos a passos largos para menos alunos, para mais despesa e para mais
degradação do património e das condições de ensino, que só ainda não são maiores, porque
o esforço de todos os envolvidos é enorme e louvável. Mas até esse esforço, a curto prazo,
será insuficiente e levar-nos-á a uma instituição local, sem projeção nacional ou internacional,
sem investigação e com reduzida capacidade de ensinar. E tudo porque não o estamos a fazer
juntos e só juntos construímos.
Os últimos anos, foram marcados pela crise económica, geradora de uma crise social e de
valores. Muitos foram os estudantes que deixaram de se candidatar ao ensino superior e
muitos foram os que desistiram depois do ingresso. Tudo isto foi justificação para a
manutenção e até o agravamento dos cortes no financiamento do ensino superior e não é
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