Interpress Cmus: saiba mais as consequências não se limitam ao local e, com apenas 29 anos da explosão, muitos são os relatos dos sobreviventes e descendentes que ainda hão de sofrer muito com o ocorrido. Segundo a associação francesa Les Enfants de Tchernobyl( responsável pelo tratamento de centenas de jovens que vivem em áreas relacionadas ao acidente) existem muitas pessoas que ainda habitam locais contaminados:“... os habitantes do norte da Ucrânia, do sul da Rússia e de toda Bielorrússia são forçados a viver em um ambiente radioativo porque seu alimento está contaminado. Os elementos propagadores de radiação( principalmente o césio 137) são acumulativos e se juntam, dia após dia, nos corpos das crianças. Os principais culpados são os alimentos silvestres a caça e a pesca, que constituem uma parte significativa da sua dieta diária.” A existência dessas pessoas, mais especificamente suas condições de vida, é um fato desconhecido para a maior parte do mundo. Foi pensando em aumentar a solidariedade por meio de informação que muitos autores se dispuseram a colher relatos dos envolvidos. Um exemplo é a obra literária Bonecos de Neve e Chernobyl. Tem-se o relato de 25 crianças e adolescentes as quais viveram com o perigo da radiação e a saudade da terra natal. Além dos depoimentos, temos fotos e e ilustrações. A coletânea da edição brasileira foi retirada de Rastro do Vento Negro, obra publicada na Bielorrússia, e de uma versão editada no Japão; foi publicada 10 anos depois do acidente, tendo toda a renda da comercialização destinada às crianças vitimadas pela poeira radioativa.“ Alguma coisa esverdeada estava grudada em nossas roupas e sapatos … Aquela cinza impregnou não somente a minha roupa, mas também penetrou no meu corpo, no meu sangue e no meu destino”
Bonecos de Neve e Chernobyl, por Keizo Tokuriki. No livro, há um comovente relato sobre o sacrifício de cavalos e gados, que antes do acidente andavam livremente >
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