INTERPRESS (Maio, 2015) | Page 49

Interpress pela região das pradarias em torno da usina. Um relato semelhante foi contado para a jovem Galina Poteenko pelo seu tio, o qual trabalhou como Likvidátori (Liquidador), termo dado aos 600 mil homens que trabalharam dentro da região contaminada. Foram eles que combateram os incêndios, realizaram tarefas de descontaminação e de limpeza. Além de perdas dos entes queridos, o acidente em Chernobyl também ceifou o lugar no qual as pessoas cresceram e cultivaram lembranças. Um lugar onde as crianças brincavam e se sentiam seguras. E todos os relatos do livro permeiam a saudade da terra onde nunca mais puderam voltar. Sentem-se refugiados, Cmus: saiba mais mesmo durante os anos que se passaram. Falam das aldeias (vilarejos) nas quais viviam e do sofrimento, principalmente dos idosos, que tiveram de abandonar suas terras. Recebiam cartas com relatos de como as aldeias foram destruídas e transformadas em meras colinas . É imprescindível que se note o quão importante são as falas e textos de quem passou e ainda passa pelo drama decorrente de Chernobyl. São as dores de quem urge para que uma tragédia não seja esquecida ou ignorada, por não se tratar de uma realidade tão distante de outros lugares do mundo, como se pode pensar. São demonstrações vivas do medo de que outra usina nuclear apresente problemas, como no Japão, ou de que algum lixo tóxico hospitalar possa causar tanto estrago como em Goiânia, no Brasil. 49