INTERPRESS (Junho, 2019) | Page 34

A fotografia, então, tomou lugar fun- damental em sua vida, fazendo-o deixar para tudo trás: grande salário, reconhecimen- to profissional, vida confortável e retornar a Paris, para começar a vida de fotógrafo. Vale no Alasca (2009). Fonte: Sebastião Salgado Atentado contra Reagan Encarregado por capturar imagens para uma matéria especial do New York Ti- mes sobre os 100 primeiros dias de governo do presidente Ronald Reagan, no dia 30 de março de 1981 em Washington, nos Estados Unidos, Sebastião Salgado documentou o atentado a tiros por John Hinckley Jr. contra o presidente norte-americano. A venda das fotos para jornais de todo o mundo permi- tiu ao brasileiro atingir sua independência financeira e investir em seus projetos pes- soais que o consagraram como um dos mais respeitados fotojornalistas da atualidade. Obras documentarista de primeira linha como Traba- lhadores Rurais, Êxodos e Retrato de Crian- ças do Êxodo, aclamados internacionalmente. Através da lente do fotógrafo A técnica do “momento decisivo” é uma forte influência para Sebastião. Empregada pelo francês Henri Cartier Bresson, essa técnica consiste em fotos disparadas no momento cru- cial, procurando transmitir com fotos diretas todo o drama e impacto da situação retratada. Observa-se, ainda, que todo seu traba- lho é realizado em preto e branco, dado que a ausência de cor enfatiza o drama da situação retratada, a dor e o desespero. Conjuntamen- te, acredita que a carência das cores signifi- ca a ausência de informações colocando em foco a clareza da situação retratada e fazen- do com que o observador foque na situação em si, deixando de lado os demais elementos. Sebastião Salgado emprega sua fotogra- fia como ferramenta de denúncia da pobreza, violência, fome e guerra em várias regiões do mundo. Expressando como se o mundo perdes- se a cor, e por consequência a vida e a alegria em um conjunto de imagens que testemunham a guerra, miséria e outras injustiças. O modo como ele realiza esse trabalho e o impacto que ele causa nas pessoas levam-no ao status de artista contemporâneo e o diferencia dos de- mais. Aliado a toda a experiência que o faz um fotógrafo único, Sebastião Salgado recebeu inúmeros prêmios de fotografia como reco- nhecimento por seu trabalho, sendo conside- rado um dos maiores fotógrafos da atualidade. Em 1986, publicou seu primeiro livro, Outras Américas, sobre os pobres da Améri- ca Latina e na sequência publicou Sahel: O Uma utopia concretizada Homem em Pânico, resultado da colaboração Ao longo da sua trajetória, Sebastião de um ano com a ONG Médicos sem Frontei- ras, cobrindo a seca no Norte da África. Des- Salgado tem contribuído generosamente com sa época até o fim do século 20, fez projetos organizações humanitárias, incluindo o Fundo significativos para sua reputação como foto das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 34