INTERPRESS (Junho, 2019) | Page 24

considerada uma droga, pois gera prazer e, a lon- go prazo, dependência e efeitos colaterais. Tudo isso, aliado ao cérebro imaturo de uma criança ou um adolescente pode se mostrar ainda mais prejudicial do que nos adultos, considerando que esses dois primeiros grupos ainda estão em fase de formação, tanto física quanto psíquica. Por isso, é necessário que os pais ou respon- sáveis estejam atentos sobre o que os seus filhos consomem, seja na internet, nas revistas ou na te- levisão, alertando-os sobre os riscos. É importan- te que exista diálogos sem tabus sobre sexo na fa- mília, já que assim os filhos podem ser informados de uma forma mais segura, evitando que procurem apenas a internet como meio de se informarem. Mesmo com a pornografia sendo proibida para menores de idade, os sites que lucram com esse conteúdo não criam nenhuma forma de im- pedir o acesso de um usuário com menos de 18 anos. Na fase da adolescência há um aumento na busca pelo entendimento e satisfação das neces- sidades sexuais e, por isso muitas pessoas nessa faixa etária são atraídas por esse tipo conteúdo. Porém, a forma como o sexo é abordado na por- nografia é problemática, principalmente pela vio- lência e a despersonificação da figura do outro. Isso gera adolescentes que não se impor- tam com o prazer do seu parceiro e têm dificuldades de relacionamento, por te- rem aprendido que o ato sexual era como se mostrava no conteúdo que consumia, o que é muito prejudicial para quem ainda está conhecendo a si mesmo e o mun- do, em uma fase de amadurecendo. Em crianças o dano é ainda pior, visto que elas ainda estão no início de seu de- senvolvimento, sendo o mundo porno- gráfico muito mais chocante para elas. Além de todos esses males, ao as- sistir a pornografia o usuário incentiva e movimenta grande quantidade de di- nheiro de uma indústria que maltrata e reforça a objetificação das pessoas. Uma indústria que despreza o amor e enalte- ce o sexo dentro dos relacionamentos. Imagem ilustrativa: o vício da pornografia. Imagem: MAISF 24