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A imprensa como arma durante guerras
A imprensa e sua responsabilidade decisiva para o sucesso das nações em
períodos de guerra
Por Philippos Leonidas e Laura Nascimento
Não é de hoje que diversos autores proble-
matizam os valores do jornalismo. Falam sobre
manter-se isento e neutro como pré-condição
para cumprir a função social que ele se propõe:
difundir informações. No entanto, em momen-
tos de conflitos armados, tal neutralidade se tor-
na praticamente impossível, ao passo que uma
parte da imprensa se junta com Estado para se
tornar uma aliada forte para mobilizar a popula-
ção, outra parte é responsável por conscientizar
a todos sobre os problemas gerados pela guerra.
Um exemplo disso é a Primeira Guer-
ra Mundial, onde os jornais também se torna-
ram uma plataforma para o conflito de interes-
ses, visto que com base no que era publicado
era possível modelar a opinião pública. Se,
por um lado, existiam jornais alinhados com
o governo e com o exército assegurando que
sua perspectiva política em relação à guer-
ra chegasse ao público, também havia jornais
dirigidos por cidadãos corajosos que procu-
ravam divulgar os males e dores da guerra.
Durante tal período, foi comum tam-
bém o uso dos jornais para a difamação dos
inimigos, principalmente através do uso de
imagens de campos de guerra seja ele em re-
vistas, livros de fotografias ou cartões-postais.
Como consequência disso, as autoridades mi-
litares aumentaram o controle sobre o fluxo de
informações com o intuito de manter o apoio
público. Durante a Primeira Guerra Mun-
dial, isso se mostraria na forma da censura.
Os jornais, nesse contexto, foram
fundamentais para a mobilização e para
manter a moral da população. Isso ocorria
devido a sua disseminação rápida, alcan-
çando uma larga audiência em pouco tem-
po, somado ao fato de serem estruturados
de forma que a perspectiva política fosse
clara o suficiente para que os leitores esti-
vessem predispostos a concordar com ela.
Existia uma preocupação do governo em
encorajar as pessoas a mudar seus hábitos
e contribuir para o esforço da guerra, por
exemplo, a produção de determinados ti-
pos de alimentos ou o trabalho em indús-
trias. A propaganda foi, dessa forma, essen-
cial para moldar o comportamento social e
Jornal americano anunciando a entrada dos EUA na
guerra com a apreensão de 91 navios alemães
Fonte: Riverside Enterprise.
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