da criança começa cada vez mais cedo. As-
sim, as crianças começam a ser mais pro-
pensas a consumir conteúdo pornogra-
fico e se interessar pela sua vida sexual.
O problema é que apesar de seus
corpos estarem amadurecendo mais rapido, as
mentes delas não. E quando começam a con-
sumir pornografia precocemente podem en-
contrar imagens que ainda não estão pron-
tas para ver. Tais como violência, fetiches e
o próprio ato sexual, o que pode ser chocante
para uma criança. “Dos 6 aos doze anos, nos
valemos de conteúdos fantasiosos para enten-
der o mundo. Questões tão explícitas assim
causam uma confusão de papéis porque as
crianças não são maduras o suficiente para en-
tender” afirma Bruno Mader, psicólogo do Hos-
pital Pequeno Príncipe “Não é legal para elas,
não tem nada de positivo.”A personalidade de
uma pessoa é quase completamente formada na
infância e quaisquer trauma ou choque que a
pessoa sofrer nesse período pode se armazenar
no subconsciente, podendo tornar-se grandes
problemas na fase adulta, tanto sexuais ou até
mesmo psicóticos. A pornografia contém muita
informação que a mente de uma criança pode
não compreender, por isso esse contato precoce
é ainda mais perigoso do que em outras fases.
A realidade de quem produz o conteúdo pornô
A pornografia, além de ser muito prejudi-
cial para quem a consome, pode ser ainda pior
para quem a produz, em especial para as atrizes.
São inúmeros relatos de ex-atrizes que sofreram
abuso durante as gravações, sendo submetidas à
violência e humilhação desumana, além de se-
rem obrigadas a fazerem coisas no filme que não
estavam no contrato. Em algumas gravações
mais fetichistas elas acabam sendo vítimas de
espancamento a ponto de pedirem para parar
as gravações por estarem sentindo muita dor, e
ainda
assim
os
produtores
ge-
ralmente
continuam
gravando.
Segundo a Pink Cross Foundation, uma
instituição humanitária criada pela ex-atriz
Shelley Lubben, a expectativa média de vida
das atrizes pornôs é de 36 anos. Essa baixa
expectativa pode ser explicada por fatores
como o suicídio, o uso de drogas, doenças
sexuais e até homicídios que geralmente es-
tão vinculados com a carreira de atriz pornô.
Nesse sentido, pode-se afirmar que o
mercado pornográfico acaba atuando como
um mercado violento, sexista e cruel, onde me-
ninas, na maioria dos casos, que veem na por-
nografia uma fonte de renda, precisam muitas
vezes de ajuda psicológica para se livrarem de
traumas causados pela carreira. Essa é só uma
parte da obscuridade dessa indústria. Além
disso, qualquer pessoa que acessar alguns tu-
toriais na internet pode ter acesso fácil à porno-
grafia infantil. Na rede TOR, que é uma forma
criptografada que permite o anonimato na sua
navegação, a maior parte dos seus acessos são
dedicados a esse tipo de conteúdo criminoso.
Desse modo, cada vez que alguém
consome um conteúdo pornográfico, essa
pessoa acaba alimentando mais essa indús-
tria e incentivando que essas práticas cruéis
continuem se perpetuando. Portanto, a juven-
tude, como principal consumidora essa in-
dústria, tem a sua responsabilidade ligada a
esses danos. Por isso foi criado o movimento
Porn Reboot, que estimula os homens (que é
a maior parte do público que assiste esse ma-
terial) a pararem de consumir pornografia.
Esse movimento tem ganhado força desde
2015 e vem sendo apoiado cada vez mais por
tanto homens quanto mulheres na luta con-
tra a pornografia, de modo a diminuir casos
problemáticos tanto para quem produz o
material, quanto para o seu público alvo.
A partir dos fatos apresentados, re-
afirma-se que pornografia pode ser
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